Inocência
Amanheceu. Daqui a pouco eu acordo, arrumo a cama, levanto e me deparo com sangue. Todo mês é assim, não posso culpar o meu corpo. Pois. A alma sangra todo dia mas não há vejo._
Tampo com o pano a inocência dela que de costas brinca com a princesa azul. Tapei com uma blusa o chão, a chamei para pegar outro pano, tapei o que sangrava em mim e corri para o banheiro. Voltei e ela ainda brincava.
— Não percebera. — Limpei o chão e joguei o pano no lixo. Olhei-a bem, a inocência é linda, tão linda que me fez chorar arrependida de ter crescido tão rápido.