"UM NENQUE"

UM “NENQUE”

Há muitos anos, minha filha Paula preparava-se para sai com amigas e amigos, não lembro exatamente se em Xangri-lá ou Porto Alegre. Ela tinha 17 ou 18 de idade. A galera ia a um barzinho, coisas assim. Então, ela me pediu dinheiro e eu perguntei quanto. Paula me disse “nem que seja uns 50,00 pilas”. Então reagi: “Nem que seja 50,00 pilas?!” Pouco não era, mas foi. Alguns amigos dela assistiram e divertiram-se: “um nem que seja?!” Não sei se por isso ou pelo valor monetário da época, minha queridíssima e já falecida irmã, Ana Maria, passou a pedir-me o mesmo nas esperadas datas de seu aniversário, dia 24 de setembro. Por anos a fio, aguardava meu NENQUE, sem correção monetária, já que o afamado NENQUE familiar passou a ser moeda forte, mais do que o dólar ou do que o euro - que ainda nem existia. A inflação me ajudou, de certa forma. A vida ficou bem mais cara. Seja como for, fico impressionado que um “NENQUE”, hoje em dia, mais de 25 anos passados, ainda dá um certo “caldo”, como dizem. Posso propor que seja um novo padrão monetário internacional.