O QUE ME ESPERA O REGRESSO? (ARRECEBA-ME SÃO PAULO)

Redescobrir pelos mesmos caminhos um dia vividos. Rever, as paisagens para trás deixadas há tempos idos. Trilhar rumos, percorrer ruas, reviver lembranças e diminuir a saudade contida no peito. E, mesmo que seja por um curto tempo, ter essa oportunidade é reesperançar uma forma de vida, que um dia fez parte da minha vida.

Se houve erros (e sei que sim) não quero repeti-los, não quero que os meus pés pisem em lugares que não me fizeram-me prosperar.

A minha missão é diferente do que um dia por ali vivi, a visão toma novo foco, nem que seja para ter a certeza de poder dizer: Eu estou vivo, e reviver é uma questão de honra, de ornato para os olhos, de almofadagem para os pés de diferentes passos hoje dados após algum tempo afastado de tudo que ainda imagino existir.

Como nos receberemos? Não sei, qual o impacto da visão ao sentir-me tão perto? Também não sei.

Há diferença entre cidade e sertão, houve sim um necessário afastamento para que ambos sentíssemos a saudade pulsar, e talvez a saudade seja só minha, pois concreto e avenidas não sentem saudades, não sorriem ao contemplar nosso retorno passageiro, mas a alma levita ao pensar que sim, concreto e avenidas tem sentimentos, basta você imaginar isso com o coração aberto a toda vez que fitar através do olhar esse existir cumplicidado. As ruas, estarão no mesmo lugar, o que muda(e é sempre assim) são as formas e as cores, mas as ruas estarão no mesmo lugar, mesmo que sofram alguma alteração topográfica, mas elas estarão ali.

È assim que imagino, e que vejo através da distancia do hoje, mas com a ansiedade de se rever em dias próximos que já enxergo.

Megalopole paulistana, berço do meu corpo nascido ha 60 anos passados, vou te rever e sentir que quando passei por ali, também deixei minhas marcas em tuas esquinas.

ARRECEBA-ME SÃO PAULO

30 de julho de 2023