SAUDADE DOS AMIGOS
Escrevo para dizer que a gente, em geral, tem culpa nesse processo de distanciamento. A vida é complicada e a modernidade também nos demanda excessivamente, por seus diversos apelos de sobrevivência e atenção. Tirante os problemas intrínsecos à “fadiga dos metais” e a suas consequências incômodas, outras coisas dificultam aqueles caminhos leves que percorríamos há algum tempo com naturalidade e, assim, perde-se convívio, debilitam-se contatos. Inclusive em família. Aquela vida mais rotineira, pacata e calorosa de algumas décadas passadas, que tanto congraçamento oportunizava, não tende a repetir-se na amplitude e vigor de então. Pena. Parece que o relacionamento futuro, já parcialmente em curso, será predominantemente virtual. Nossos avatares é que farão a festa. E falo com todaa honestidade, do fundo de minha caverna, alinhado aos novos tempos e por condição individual arraigada, sem prejuízo à grande simpatia por tantas e tão importantes pessoas com quem não mais privo ou com quem, infelizmente, pouco convivo. C’est la vie. Palmas aos diferentes. Creio que já fui assim.