Eu vejo poesias nas atitudes de meus Amigos invisíveis

Talvez o leitor entenda que é uma obsessão abestada, porém, Eu passo minutos e minutos, horas e horas, comparando os meus valores e comportamentos cotidianos, com as postagens lidas e as imagens de meus amigos virtuais de redes sociais. Para o bem da verdade, tudo que imagino, vejo e leio, são poesias não escritas pelos meus amigos invisíveis.

Um dias desses abri a plataforma e de impacto, eis que vejo a foto de minha amiga puxando seu cão de estimação (pet em inglês) pela coleira. Abaixo, dando a entender que há ( e isso é fantástico) uma interação amigável entre ambos, Eu "ouvia" o que Ela disse: "filho, filho, caminhe no compasso, na mesma passada de mamãe!". Achei isso fofo, demais; o máximo da chiquesa? Uma vez que sou mamãe babona pelos meus filhos, corri no pet shop e comprei um bassê: lindo, lindo o meu peludinho!

Por mais e mais, sabe, se Eles (os meus amigos de tela) são e podem, Eu também sou e posso. Ôô, glória!

Finalizando essa postagem e garantindo aos leitores que a disponibilizarei nas minhas redes sociais, (caso queira relê-la, vá lá, vai) digo que acima, que o oposto de ser Humano, é ser visto pelos meus amigos, exatamente, milimetricamente, geometricamente igual Eu os vejo; pois com efeito, ser e fazer-se igual é um dos pilares dos direitos humanos.

Liberté, égalité, fraternité: tríplice dos Direitos Humanos. Nossa, essa fui buscar no fundo da canastra que Eu trouxe da França; e está comigo desde os tempos de Joseph Guilhotin. Poderoso e humano médico francês. Uuuuh...

Ôôô, glória! Ver-me, me ver vermelho nesse meu novo espelho, é somente vitória. Ôôô, glória; mas sem guilhotina degolando meu pescoço, por favor!

P.S.: Venha de onde viés: a cabeça para baixo e os pés para cima; que xeretas, olham para baixo. E a mente que carrega os olhos consigo, olha para cima; tanto o que tá em cima, quanto o que tá em baixo, nada vê.

Ainda que troquem de posições, somos mentes, olhos e pés atarracados em uma matéria cega de alma.

Faz-se necessário que pesquisemos, estudemos, conheçamos anatomia; mas muito mais que o conhecimento anatômico, saibamos amiúde o que não pode ser visto e materializado. O essencial e subjetivo são invisíveis aos olhos; e por não caminharem e não sairem do lugar, são ou deveriam ser, inerentes ao homem.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 09/07/2023
Reeditado em 09/07/2023
Código do texto: T7832553
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