O VERSO FICA VAZIO...
...quando a inspiração se vai,
...quando a plateia dá as costas,
...quando a rima perde o traço,
...quando a métrica não combina
...quando a oração se perde,
...quando o poeta se cala,
...quando o cansaço vence,
...quando as pernas diminuem os passos,
...quando a crença perde a fé,
...quando os amigos viram concorrentes,
...quando o egoismo os engole,
...quando as mentiras sufocam,
...quando a cobiça escraviza,
...quando a doença chega,
...quando a vida se esvai d'alma e dá lugar a despedidas, aos prantos e lamentos.
Sim, para uma concretização do existir, é nesse estágio que:
A inspiração,
a plateia,
a rima,
a métrica,
e até mesmo a oração, muda o seu teor e vira prece de saudades culminando com o silêncio do grito ecoado sem mais o som propagado que antes tanto se ouvia
O que nos conforta é poder afirmar IN VITA, que a poesia já existe, e que o poeta, é apenas um ajuntador de letras que formam as palavras e que batizam-nas de poesias, fruto do seu fértil imaginar.
Viva todo aquele que traz na sua alma, a pulsante verve poética glosada em tantos motes.
Imortais, não são os poetas e eles bem sabem disso, assim como também percebem, que APESAR DE TUDO, a sua marca ficará eternizada sempre que alguém fizer uso de uma de suas frases transformadas em poesias.
Todavia, o verso ficará vazio sim, se não mais houver quem leia aquilo, que com esmero, a mão de um poeta escreveu.