Resquícios do pintor e da noite calada
Ultimamente anda saindo coisas tristes de mim, palavras tristes e versos tristes. Não sei de onde sai tanta tristeza. Lembro do filme que assisti ontem, de um pintor que se matou e foi reconhecido depois e fique pensando sobre ele.
Deveria haver muitos motivos para ele ir, mais até do que ficar e a noite a partir daí começou a caminhar lenta e melancólica. Calada, mas só com os cachorros latindo, os carros passando e o burburinho gigante na minha cabeça sobre diversas coisas. Já era noite, mais de 23:00.
Não sabia o motivo de tanta melancolia, acho que se juntava o meu nada com a morte do pintor e o calado da noite tudo em uma só. Dormi aquela noite cansada, mas não cansada de ter feito muita coisa mas cansada de não ter feito nada e ter pensado demais, muitas coisas.
A mente por si só foi desligando e acordei com torcicolo no outro dia e uma dor de cabeça enorme, como se eu tivesse passado a noite inteira bebendo álcool, e eu não bebo álcool. Era só os resquícios das dores, do pintor, da noite calada e da mente barulhenta da noite passada. Somente resquícios.