O HOLOFOTE E A ESCURIDÃO.
O Ator frustrado, o artista sem brilho...
Quando o artista está no auge, curti a fama, as vezes esnoba as pessoas mas não por querer, simplesmente é assim que se conserva a fama de galã.
Só frequenta rodas de estrelas, a agenda está cheia de convites, a sua imagem (de certa forma é explorada) mas tem aqueles que até para participar de aniversários, cobram um respectivo cachê pois sua imagem enaltecerá muito mais o evento.
No começo de carreira, ele fala com todo mundo, aperta mãos abraça a muitos e chega até trocar numero de telefones e fica feliz quando alguém liga(PODE ATÉ SER FORA DE HORA) e lhe parabeniza pela pessoa ou pelo trabalho.
Ainda sem tanto holofote, vive tentando chamar atenção para que alguém o reconheça e até lhe peça um autografo. Nossa, quando isso acontece, é o ápice da inserção no rol dos artistas mesmo que seja de forma rápida.
Quando atinge o ponto mais desejado do seu labor, já não aceita convites e nem vai mais em rádios comunitárias, Tvs alternativas e mídias que (Segundo ele) não tenha tanta expressão. Mas percorria quilômetros para ir numa rádio dessas dar entrevistas e distribuía aos amigos o numero da rádio para que liguem para ele no momento do programa.
Mas hoje não... até o seu aparelho tem identificador de chamadas e não atende mais os telefonemas como antes, onde ele vivia na ansiedade para ouvir o telefone tocar nem que fosse chamada por engano. Mas hoje não, tudo está diferente, pois até se dar ao luxo de não mais visitar essas rádios, pois os COMPROMISSOS o impede de chegar até elas, as mesmas que em outrora lhe servira de instrumento para divulgar seus trabalhos. Hoje ele Só recebe convites se for de altas emissoras que de preferência tenha um bom cachê, carro para ir busca-lo e outras benesses que a carreira promissora do mesmo exige.
Cartãozinho de visita? Nem sabe o que fez com os 3.000 que fez para distribuir nas ruas, nos ônibus e em outros tantos lugares.
Quando alguém o aborda dizendo que é seu amigo, ele logo se esquiva e diz: ME DESCULPE MAS EU, SINCERAMENTE NÃO LEMBRO DE VOCE, AFINAL, É TANTA GENTE QUE A GENTE ACABA CONFUNDINDO.
Dá uma desculpa qualquer e vaza dali com a rapidez de um Tomahawk.
Sobe tanto que acha que a cabeça vai bater no teto. Os amigos são outros, os passeios são outros, os lugares para frequentar são outros, enfim... a vida é outra. Ele esquece o gueto, a vila, a favela e passa a andar no mundo das nuvens achando que o céu jamais lhe negará esse aconchego.
Todavia, a vida é um boomerang, uma roda gigante, uma porta giratória, uma estrada que tem subidas e descidas e temos que ter muito cuidado com os altos e baixos que a vida nos oferece.
Com o nosso artista(FICTICIO) foi assim: Conheceu os degraus da fama, o ápice do glamour, mas como tudo na vida tem um preço, ele teve que pagar por ela.
Não mais contratos, não mais novelas, não mais filmes, vivia agora revendo cartazes, fotos e reportagens de jornais que ninguém mais se interessaria. Num cantinho do seu quarto viu um monte de cartãozinho de visitas que deixou de comer para faze-los, mas os tinha abandonado num canto qualquer.
Dividas aumentaram, teve que vender o que tinha para pagar suas altas dividas e voltou a viver no seu humilde quarto de pensão. A portuguesa cobrando dois meses de aluguel atrasado e ele dizendo, que isso ia mudar, pois um produtor iria estar vendo uma colocação para ele numa novela(IMAGINANDO SER VERDADE QUE ISSO DE FATO ESTIVESSE ACONTECENDO).
Voltou a tomar café na padaria da esquina, brincar com o português do caixa, com o garçom Zezinho que um dia tanto, confidenciou a este, suas aventuras de vida. Tentando se repopularizar, agora ele estava ali, acenando pra todo mundo e poucos lhe davam a atenção que antes recebia. Os holofotes se apagaram, as pessoas se afastaram, a tristeza o abraçara as dificuldades bateram-lhe às portas, a depressão chegou e o fim arrastou da vida, aquela alma que tivera tanto e findara sem nada e completamente só, pois nem no velório e nem no enterro, compareceram alguns desses tantos amigos que em outrora tanto por ele procuravam.
Algum jornal sensacionalista estampa na matéria: ARTISTA FAMOSO MORRE Á MÍNGUA NESSA MADRUGADA.