O RIO E O HOMEM





 
 
Um rio gigante, tal qual o Amazonas, Nilo, Volga, aqui em São Paulo o nosso Rio Tietê, a rigor nascem minúsculos, a partir de um “olho d’agua” tecnicamente chamado de nascente.
Vão se transformando em córregos e regatos e descem pelas encostas da serra e seguem os seus cursos buscando a grandeza de outro rio maior ou do mar.
Na medida em que vão se avolumando também vão recebendo os seus braços extras de outros rios menores, que chamamos de afluentes.
Assim somos nós os falíveis mortais. Nascemos a partir de um minúsculo embrião após a concepção entre um macho e uma fêmea (homem e mulher) e no útero da nossa mãe biológica vamos crescendo até o momento em que totalmente formados vimos ao mundo dos terrestres. Daí em diante, crescemos e seguimos os nossos cursos.
Só existe uma diferença entre o homem e o rio que se bem me lembro nunca ninguém falou até agora. Na sua longa jornada o rio normalmente desce vez que o seu destino final sempre está abaixo, enquanto que o homem na sua trajetória sobe o máximo que pode para atingir os seus objetivos, quase sempre bem acima.
Há que se dizer que os nossos parentes e entes queridos, ligados ou não por laços consanguíneos e amigos em geral são os nossos afluentes, alguns deles bastante influentes que a nós se unem. Comparando-se um rio e um homem chegamos à conclusão de que somos mesmo parecidos. Nas nossas jornadas passamos por matas fechadas, selvas, desertos, barrancos, pedras, rochas, abismos, cascatas, caminhos tortuosos e enfim, centenas de obstáculos, mas assim mesmo seguimos. Não desistimos nunca.
Conclusão: Nenhum rio e nenhum homem voltam para trás, salvo razões muito especiais alheias às suas vontades.
 
CLEMENTINO, poeta e músico
De   São  Sebastião  –  SP/BR.