PREPARAÇÃO PARA O CASAMENTO
 






 
Pois é, Amigos e leitores! Nos meus ótimos tempos de criança, isso há mais de setenta anos era comum ouvir os pais zelosos preparar as filhas e os filhos para o casamento.
Para as filhas mulheres eram ditadas várias regrinhas, dentre elas:
Só podia namorar dentro de casa, na sala e com pelo menos um acendedor de velas ao lado. Normalmente era o irmão (homem) mais novo ou a irmã mais velha, de preferência já casada.
Abraçar e beijar nem pensar. Quando muito pegar na mão, mas não por muito tempo.
Passear de mãos dadas só depois do noivado com alianças nos dedos de ambos e ainda assim com um responsável do lado.
Roupas curtas, decotadas, shorts e outras que deixasse partes do corpo desnudo eram terminantemente proibido.
Por mais estranho que possa parecer, em alguns países do oriente médio, este item ainda é imposto às mulheres até hoje, pleno século vinte e um. Elas precisam cobrir seus rostos.
Para uma moça ir a um baile, mesmo nesses familiares, obrigatoriamente tinha que ir toda a família ou pelo menos todos tenha sido convidados. Não tinha essa de sair a qualquer hora, sem dizer pra onde, “dar um rolê”. Se acontecesse isso os pais a colocavam pra fora de casa.
E um dos requisitos para uma boa esposa, segundos os pais e os futuros sogros, como tradição, a mulher era treinada para ser prendada, saber lavar, passar e cozinhar, além de arrumar a casa diariamente.
Em números redondos, para a mulher sempre foi mais difícil e complicado
Conforme eu disse no início são muitas as regras impostas. Mostrei aqui aquelas que entendo mais relevantes. Até porque com todas essas precauções muitas moças acabavam comendo o fruto proibido antes da hora e apareciam grávidas. Alguns casais faziam isto de propósito para antecipar o casamento ou flexibilizar as autorizações dos pais reticentes.
Requisitos ou regras para o garanhão da casa, candidato ao casamento. Praticamente nenhum.
O filho macho tinha o direito de escolher a mulher, namorar quem quisesse, frequentar os clubes, bordéis e tudo o mais livremente.
No arcaico Código Penal Brasileiro (C.P.B.) estava inclusive prevista a absolvição de criminosos que matavam suas esposas (crime passional) á título de legítima defesa da honra. Que coisa esdrúxula e horrível. Aliás, esse crime de feminicídio até os dias de hoje é praticado, com pouquíssimas condenações efetivas.
Os eventuais sogros só exigiam dos futuros genros uma boa estabilidade financeira, um bom trabalho, boa escolaridade e status sociais cobiçados. Quando a noiva era economiária da C.E.F., professora ou agente efetiva do Banco do Brasil, ou ainda, tinha um cargo público municipal, estadual ou federal relevante os sogros exigiam muito mais dos candidatos.
 
CLEMENTINO, poeta e músico
De   São  Sebastião  –  SP/BR.






 
Nota:
Quando eu iniciei esta crônica estava preliminarmente pensando numa brincadeira e num texto de humor. Só que no desenvolvimento das escritas o mesmo foi tomando um corpo e uma forma diferentes, mais sérios. Por isso os causos engraçados que eu tinha em mente para nele inserir acabei os omitindo. Ficarão para o próximo. Boa leitura