Nada

Fitei, observei, analisei e vi esse aspecto que nada era - eu que nem sei o que sou. Não havia linhas, feições, fronteiras ou conformações humanistas. Havia um ou dois traços, no máximo uns três, que serviam para delimitar a superfície da forma - um tanto nada convencional do olhar, estreita, circular e retrô. Aquele que declarou a alma como um mero reflexo, se empenhou, a todo custo, em captar as idiossincrasias das multidões com meras especulações de um piscar de olhos. Porém, jamais imaginou ver a própria alma presa em seu olho. E volto a dizer, fitei, observei, analisei e nada vi senão tudo sem aspecto algum, apenas o breu sombreando uma, duas, no máximo três, traços que delimitavam a superfície daquele espelho fragmentado.