Tomar-se de si.
Tocar o invisível é surpreender-se,
soltar-se de si muito além de surtar.
É mesmo "porraloucar-se" para ser,
em modo absoluto, o exato desnortear
de quem tolamente presume lhe conhecer.
Tornar-se invisível é amadurecer,
atingir sua capacidade de vida,
"nirvanar-se" em qualquer entardecer,
matar os deuses sem contrapartida.
Crer que nada é sem se desmerecer.
Ultrapassar a loucura devassa
do vinho servido nos estilhaços
que sobraram da suja taça.
Embriagar-se sem pesadelos.
Sombrear ao sol, fazer-se palhaço.
Talvez bobo.
Sem rei.
Sem corte
no "delaY"
sem piada.
Pra sorte
de todos.