Os Amantes
Os seus olhos alçaram voos ao sentir um nefasto corpo passando despercebido dela pela praça da alimentação daquele supermercado. Mas antes mesmo que passa-se em frente a ela, já o sentirá. Logo seus olhos tomou ângulos maiores e o seguiu. Suellen sentiu uma enorme sensação, o coração batia forte. Sensação de poder ver a imagem dele numa mobilidade feliz, bailando de um lado para outro, buscando algo ao conversar com a sua verdadeira amada.....
A amante chegou tão próxima a ele ao ponto de sentir a sua respiração. Ela tratou de pedir uma lasanha onde ele estava sendo atendido. Nem mesmo estava com fome. Tudo que queria era em silêncio poder está ali, no mesmo espaço físico, no mesmo momento, revivendo mais uma vez um pedaço do seu dia. Já não se via a um bom tempo e quase dois não se tocavam. Pode escutar a sua voz, como pode sentir que ficava perturbado com a presença dela. Chegou a gaguejar. Gostou disso. Não olhou pra traz, nem dos lados, mas sabia que ela estava ali bem perto. Impôs a sua presença a ele para castigá-lo, ou se castigar. Não procurou saber se era certo ou errado. A esposa percebendo aproximou-se para protegê-lo daquele insistente olhar.
Ele por sua vez pegou o prato escolhido e se dirigiu à mesa. Suellen pegou o seu para viagem e seguiu quase sem saber dar uma passada até chegar à escada rolante. Desejou que ele estivesse, pudesse seguir-lhe com o olhar, como ter vivido como ela toda a história de amor do passado.
Eram agora, lamentavelmente, dois estranhos em volta a uma multidão de pessoas correndo por caminhos opostos, vivendo a sua própria vida.
O que mais doía em Suellen era saber que coube a ela tomar a dura decisão da separação.