VIVA Á PROCLAMACÃO!!!

Parte 3

 

Amigo leitor, amiga leitora e você, nobre estudante em busca de conhecimento e de 1 mísero décimo de ponto, me responda uma perguntinha: quem proclamou a República no dia 15 de novembro de 1889?

Deodoro da Fonseca!!!

Um décimo para todo mundo!!!!! Acertaram.

 

Agora, permita-me fazer outra pergunta: foi da noite para o dia que o Marechal resolveu fazer a proclamação, foi? Ele estava colocando seu uniforme e disse para si  diante do espelho do quarto: hoje, estou com vontade de proclamar a República. Vou ali derrubar a monarquia.

 

Será que foi assim? Não mesmo! As informações para construir este texto foram coletadas na grande  rede e no livro 1889 de Laurentino Gomes, uma excelente fonte de pesquisa.

 

A proclamação foi realizada no dia 15 de novembro, como já sabemos. No dia seis houve uma reunião na casa do tenente-coronel Benjamin Constant (O futuro ministro da guerra do governo provisório), estavam presentes: o próprio  Constant, Capitão Antonio Adolfo da Fontoura Mena Barreto, (foi deputado na constituinte de 1890 e futuro ministro da guerra no governo de Hermes da Fonseca) os tenentes Saturnino Cardoso e Sebastião Bandeira, o aluno da Escola de Guerra  Aníbal Elói Cardoso e o alferes Joaquim Inácio Batista Cardoso (futuro general e avó de FHC). Aqui, se traçavam os planos da queda da monarquia e qual seria o destino da família imperial.

 

Eles haviam decidido pelo uso de armas! Outra decisão foi que começariam a propagandear a revolução nas escolas militares e nos quartéis. A dúvida ficou foi em relação ao futuro da família real: exílio ou  MORTE POR FUZILAMENTO! Tinha alguém na reunião que parecia não gosta muito do imperador... Era o avô paterno do futuro presidente do Brasil: Fernando Henrique Cardoso.

 

 Uma semana antes  do 15 de novembro, outro grupo de homens já se movimentavam para concretizar a queda do império. Campos Salles, deputado ( futuro presidente de São Paulo e futuro Presidente da República) envia um telegrama para Francisco Glicério de Cerqueira Leite ( também futuro presidente da província de São Paulo), chamando-o, uma convocação, para uma reunião urgente.

 

Se em São Paulos os republicanos estavam eufóricos, os do Rio de Janeiro não ficavam para atrás. O pernambucano José Joaquim de Campos da Costa Medeiros e Albuquerque (autor da letra do Hino da República, jornalista, professor, republicano e futuro vice diretor do colégio Pedro II) trouxe informações fornecidas por outro personagem importante, o paraibano Aristides da Silveira Lobo (jornalista e futuro ministro do interior no governo provisório de Deodoro), A revolução está às portas, essa era mais ou menos a mensagem.

 

Ao chegar em São Paulo, Francisco Glicério de Cerqueira Leite se encontra com Campos Salles e com outro republicano, o Bernardino de Campos (que presidiria o estado de São Paulo por suas vezes). Os três homens confabularam sobre a futura República, fizeram até uma escrita em código para se comunicar. Francisco Glicério volta no dia seguinte para o Rio de Janeiro aonde começam as movimentações para o grande dia.

 

Na verdade, a data ainda era incerta. O dia 15 não era nada especial, mas o medo de que o Marechal Deodoro morresse antes da proclamação da República antecipou os planos.

 

Quando dr. Glicério chega à capital do Império encontra-se com Aristides Lobo e juntos  vão à casa do Marechal Deodoro. Lá, estão Benjamin Constant e Quitino Bocaiuva, além do baiano Rui Barbosa (futuro ministro da fazenda do governo provisório), o major Frederico Sólon de Sampaio Ribeiro, o Almirante Eduardo Wandenkolk e o capitão de fragata Frederico Guilherme Lonera. Todos unidos com um único objetivo:  transformar o Brasil em uma grande e forte República! Bem, todos menos um, o principal. Marechal Deodoro ainda não havia embarcado na idéia, sem contar que a sua saúde estava frágil ao ponto de Glicério pensar que ele não duraria mais uma tarde.

 

Houve discursões. Argumentos foram apresentensados, na verdade, o objetivo era convencer o Marechal de que a Repúbica era necessária e a Monarquia não mais atendia aos interesses dos brasileiros, ou seja, da clase dominante que queria dominar mais ainda.

 

Terminado o encontro e após ouvir as mais belas manifestações o Marechal fala, segundo Laurentino Gomes:

 

 "Eu queria acompanhar o caixão do imperador, que está velho e a quem respeito muito... Benjamin, o velho já não regula, porque se ele regulasse, não haveria esta perseguição contra o Exército. Portanto, já não há outro remédio, leve a breca a Monarquia!"... Ele assim o que, façamos a República. Benjamin e eu cuidaremos da ação militar. O senhor Quitino e seus amigos organizem o resto."

 

Pronto! Agora sim, estava tudo certo. A República estava para nascer.

George Itaporanga
Enviado por George Itaporanga em 02/02/2023
Reeditado em 11/02/2023
Código do texto: T7709685
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