Do tempo às razões!
O tempo tem suas escusas
para nos tirar muito
e modificar tanto.
A nós, talvez, nem a luxúria
antes de perder tudo
e modificar tanto.
Perder o brilho do olhar,
da pele, dos pelos e do "ar".
Mudar a forma de ver
e sentir... até deixar de "ser".
Até o dia, enfim, descobrir-se
que está deixando de existir.
Deixando de escolher ir,
ficar, movimentar-se, fazer,
esperar, espreguiçar-se
em um bocejo, sorrir
e pensar antes de chorar.
Estamos deixamos de ser.
De ser o que fomos
e para onde fomos.
Do ponto que estivermos,
do ponto que chegarmos,
ao ponto de perguntarmos:
Para que fomos ser o que somos?
E tudo passa pelo tempo
que nos devora como o gigante
que se alimenta de seus meninos
que lhes exponham as entranhas.
Que morto, passe a existir.
Que passe a comandar os destinos.