NAVEGANDO NA ENTREVISTA ALHEIA

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Amigo leitor, amiga leitora, navegando eu pelas ondas curtas e compridas deste oceano mundial em língua binária, eu achei uma entrevista que me interessou. O entrevistado é o escritor Peter Frankopan. Na verdade, é um historiador e, para apresentar seus estudos, o faz na forma de livro. Caso não o conheça, pesquise aí no google. Não é porque eu seja ruim em não falar dos livros dele, mais é que não é o foco. O objetivo é o que ele fala na entrevista sobre os livros.

 

A primeira parte da entrevista é bastante técnica. vai abordar as relações internacionais entre o Oriente e a China, passando pela Rússia coisa e tal. Mas, no meio para o final, o entrevistar lhe faz uma pergunta: " Quais livros estão na cabeceira da sua cama?" Ele responde indicando três livros: L’Ordre du jour, de Eric Vuillard; Eruptions That Shook the World [Erupções que sacudiram o mundo], de Clive Oppenheimer; Mikhail Zygar, em inglês, ele se chama The Empire Must Die.

 

Claro que não conheço nenhum deles, ainda. Mas, se o reporte me perguntasse esta mesma pergunta eu diria: Entendendo por livro de cabeceira aquele que sempre  está ao alcance das mãos, então eu digo a Bíblia. Sou um leitor da Bíblia desde que me lembro. Foi o meu primeiro livro que ganhei, e me lembro quem me deu, o irmão Ozias, que eu o chamava de irmão Dunga, por causa do corte de cabelo que era espetadinho igual o do capitão da seleção. Já o primeiro livro de literatura que li na vida, acho que foi na quinta série, e quem me deu foi a professora Azuíla de português. Era a "A porta mágica" de Haroldo Maranhão. Mas de cabeceira é a Bíblia. Agora de cabeceira momentânea, eu tenho vários outros. Por exemplo, estou lendo os quatro primeiros romances de Machado de Assis, Ressuirreição, A mão e a Luva, Helena e Iaia Garcia, além de ainda ler, acho que pela 4 ou 5 vez neste últimos meses o Dom Casmurro. Ao lado deles, estou terminado de ler O Cortiço de Aluízio de Azevedo. De crônicas eu estou lendo O mínimo necessário para não ser um idiota de Olavo de Carvalho, as crônicas de Machado, o livro de Nelson Rodrigues que é A sombra das chuteiras de Ouro e terminando de ler agora um livro curtinho de Bioy, A invenção de Morel. Esses são os principais. Tem mais uns outros.

 

O entrevistador faz outra pergunta: Qual o último livro que você leu? E aqui eu transcrevo a resposta dada pelo escritor: "Todo livro que eu leio eu amo. É muito difícil terminar um livro ruim. Eu acho que tudo que eu leio é ótimo, porque está tentando fazer algo diferente. The Dawn Watch, de Maya Jasonoff, é ótimo. Ele conta a história da globalização há 100 anos, através da vida de Joseph Conrad. É muito inovador e instigante." Já começa respondendo dando um show! Leitura é isso! É amor! Paixão! Entrega! Olavo em seu texto "Como ler a Bíblia" ele diz que antes de mais nada a gente tem que se identificar com o texto, com a história, com a mensagem. E isso se faz por meio dos sentimentos. Mesmo que um personagem de um livro cause repulsa, nós continuamos a ler pelo amor à leitura. Pela curiosidade do que vai acontecer com aquele traste que tanto mal está fazendo aos demais dentro do universo do livro. Esses sentimentos gerados na leitura é que nos aproxima do texto.

 

Próxima pergunta: "Quais escritores contemporâneos de ficção você mais admira? Não sei por onde começar. Eu sou um leitor onívoro. Mas eu gosto de Boris Akunin, um escritor russo, Orhan Pamuk e Elif Şafak, ambos romancistas turcos." Contemporâneo eu não conheço muitos além dos cronistas. Um romancista contemporâneo? Acho que nunca li ninguém, ou se li, não ficou na memória. Reconheço que tenho que me dedicar mais a ler os da minha época. Mas, se eu fosse elencar um escritor que amo de ler seus textos era o Luis Fernando Veríssimo.

 

"Qual romance clássico você mais se envergonha de não ter lido? Vanity Fair. Eu tentei lidar com ele algumas vezes, mas sempre parece que ele não foi feito para mim. Estou profundamente envergonhado." Aqui, eu vi que não estou sozinho neste mundo de não conseguir ler determinado livro. E o livro que tento, tento e nunca consigo ler é o Ensaio sobre a Lucidez de Saramago! Já tentei mais de 5 vezes, mas todas as vezes eu paro a leitura antes do fim.

 

"Quem é o seu protagonista de ficção favorito, herói ou vilão? Marco Polo está bem em cima na minha lista. Quero dizer, ele é uma pessoa real, mas suspeito que ele não fez todas as viagens que supostamente teria feito. Harry Potter, por ler para os meus filhos. Meu primeiro amor foi a Rússia, e o meu romancista favorito foi Ivan Turgenev. Eu gosto do grande protagonista niilista de “Pais e filhos”, um rapaz chamado Bazarov." Eu respondendo esta pergunta digo: o pior que eu personagem é o João Romão, o dono do cortiço e o porco Napoleão da Revolução dos Bichos. Para mim são os piores.

 

"Que tipo de leitor você era quando criança e quais livros permanecem com você desde a infância?

Eu acho que todos esses escritores russos. Quando eu tinha uns 15 anos, eu descobri Pushkin, Turgenev, Chekhov, e todos me causaram uma grande impressão. Sou filho da Guerra Fria, e eles falam de uma Rússia diferente. Nenhum deles tinha um conceito da revolução russa que vinham na direção deles, mas todos estavam interessados em reformas sociais, e há uma sensação de assistir a um carro antes do acidente. Isso ensina que você nunca sabe o que está do outro lado da esquina."

 

Eu já falei que meu livro preferido e talvez por apenas ter ele, era a Bíblia. Uma vez, eu estava pegando frete na feira e passei por uma lixão que tinha no caminho. Estava empurrando um carrinho de compras quando vejo no lixo um livro e o pego. Era um livro de história. Acho que por isso minha paixão pela história. Eu lia aquele livro. Eu lia tudo. E também, meu irmão mais velho tinha uns livros da época que ele estudava e encontrei um livro de inglês e eu fica vendo e tentando ler. Só que eu lia as palavras em português mesmo, óbvio que não sabia nada de inglês. Lembro-me de uma tirinha que ensinava sobre a preposição "from" e uma mulher perguntava para o homem com aparência de oriental: " Where ara you from, Japan? E o homem balançava a cabeça negativamente. China? Também não. E ele perguntava de novo: "Where are you from?" E ele respondia rindo: "Jundiai." São essas as lembranças que tenho da minha infância.

 

 

 

 

 

 

George Itaporanga
Enviado por George Itaporanga em 25/01/2023
Reeditado em 29/12/2023
Código do texto: T7703768
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