MORRO BEBENDO.
Pegou o copo, olhou-o com satisfação, sorveu suavemente o líquido precioso, mas não se conteve e engoliu tudo muito rapidamente. Que delícia! Parecia um presente dos deuses. O liquido percorreu rapidamente o interior de seu corpo e logo despertou uma sensação de saciedade e prazer. Aquilo era bom demais. Outro gole e mais outro. Era um total dependente...
O poeta sabia que não poderia jamais fugir daquilo. Aquele vicio o acompanharia até o fim dos seus dias. Beberia, beberia, não pararia jamais.
Necessitava daquele néctar. Seu corpo ansiava pelos efeitos do conteúdo daquele copo. A ingestão trazia sensação de prazer e relaxamento. Parecia fazer renascer suas forças. Tinha sede daquilo.
Se parasse teria as piores crises de abstinência que alguém poderia ter
Poderia morrer até.
Depois resolveu fazer uma quinta, o novo estilo de poema que havia aprendido recentemente. Ousou aí um neologismo. Uma “ode”, uma pequena homenagem em frases simples, mas que vinha demonstrar a admiração e a subserviência de um escravo à sua senhora. A exaltação ao precioso líquido:
“AQUAÓLATRA” assumido
Vou vivendo
Não anônimo
Estou sempre
Bebendo