Que venha a picanha!
O Theodoro, ali, tramando alguma das suas. Mizaela, acolá, aguardando os gatos machos aparecerem para entrar pela milésima vez no cio. Tobias, no tapete da soleira da porta, tirando um dos seus cochilos despreocupados. Melinda... por onde andará a Melinda? Bem... Melinda por aí, escondida em algum lugar, se esquivando, escondida, a medrosa. E Josephina, assustadiça assim como a Mel, no quarto, deitada na cama, dormindo junto aos pés da Adenize, sonhando, provavelmente, devido sua mania de perseguição, com o dia que poderá passear do lado de fora, pelo quintal, sem ser atacada.
Como se deu esse despropósito de termos tantos gatos, eu não saberia explicar. Só sei que aos poucos os bichanos foram aparecendo, reclamando socorro com suas carinhas fofas, seus olhinhos de pérolas verdes, azuis, e quando nos demos conta, deu-se a bichanada toda. Uma ruma deles. Chego ao ponto de desejar ratos nessa casa, só para ter algum retorno. Ou quem sabe, na crise brava, tivesse eu realmente coragem e fosse forçado a deixar o vegetarianismo de lado, engordá-los iria e...
“Na beira do rio haviam comido o papagaio, que não sabia falar. Necessidade. Fabiano também não sabia falar”.
Que Bastet sempre os proteja da grelha, suas bolas de pelo!
E que venha a “picanha”!