A mudança que queremos ver
Certas esperas são tão longas, chegam às vezes a serem eternas!
Esperar que o outro mude, por exemplo, ou acreditar que podemos mudar o outro, num dado espaço de tempo são atitudes desgastantes porque nos geram uma expectativa enorme. Por isso, terminam sendo cansativas e angustiantes, inclusive, frustrantes, porque nos roubam o nosso precioso tempo.
São essas longas esperas que causam as inércias pessoais de nossas consciências e minam o nosso raciocínio lógico e nossa capacidade de olharmos no espelho e enxergarmos a nós mesmos, com nossas mazelas disfarçadas pela egolatria maquiada.
Mesmo assim, dedicar nosso tempo exclusivamente para nos enxergarmos de dentro para fora, nem sempre seria um ato tão promissor de resultados imediatos e ou concretos.
Mudar a si mesmo requer mais que tempo, requer atitude, decisão e também a humildade e o autoconhecimento profundo.
Enquanto seguirmos esperando ansiosos pela mudança do outro, deixamos de mudar a nós mesmos!
Mudar é algo sempre trabalhoso. O processo ocorre lentamente, quase que imperceptível. Isso, se a gente realmente estiver disposto, atento sobre nossas próprias mazelas internas e tenhamos adquirido realmente um desejo incomensurável de transformação. E ainda assim, qualquer mudança requer calma e dedicação.
O automatismo de certos pensamentos, quando não detectados de imediato e lapidados diariamente, chegam a comandar nosso cérebro, nossas falas, nossos gestos, ações, condutas e comprometendo nossos exemplos...
Tal qual um casulo precisamos sim, da paciência e da coragem, para permitirmos a tão necessária metamorfose intima. Essa, capaz de nos permitir alcançar voos alçados!
Ao invés de seguirmos inertes à espera da mudança alheia, trabalhemos, pois, essa transformação em nós mesmos. O processo certamente se concluirá mais rápido e não gerará falsas expectativas nem esgotamento físico, mental e espiritual.
Que seja em nós, primeiramente, a mudança que desejamos ver no outro!
Valéria Gurgel