Texto jurídico-futebolístico
Da série: Coisas da Ilha.
À jusante da praia de Itamoabo, em Ilha de Maré, há o vilarejo de Santana (uma mini capital) e, entre os dois, após uma ladeira demoníaca, há um campo de futebol.
Quase morto, após subir a ladeira, parei para ver o que pensei ser um baba de confraternização, enquanto tomava fôlego e amaldiçoava o desgraçado do parafuso que quebrou na última volta de aperto e ensejou minha ida ao local.
Fôlego semi restaurado, presenciei a seguinte cena:
Após um lançamento em profundidade, o lateral deu uma voadora no meio do
e um infeliz que, se um dia sonhou ser ponta esquerda, não sonha mais. Foi um troço de fazer Junior Baiano parecer ter a delicadeza de uma bailarina do Bolshoi.
Indignado, alguém com pose de capitão foi pra cima do juiz:
"Chupandélio, porra! Cadê o cartão?"
"Fique na sua que quem marca minha porra sou eu" - Respondeu o árbitro enquanto anotava algo no ismarti fone.
"Quando foi eu você meteu logo amarelo!"
"Tá tudo anotado caralho!!! Não esquente seu cu com rola fina!!!!" Sentenciou o árbitro, encerrando a questão.
Conhecimento dos fatos, liturgia, ciência jurisprudencial, dosimetria aplicada e autoridade jurídica! O futebol de Ilha de Maré na vanguarda do direito!!
Chupa STF!!!