CRONITITE CRÔNICA AGUDA
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Amigo leitor, amiga leitora, confidencio aqui, com vocês, que estou com uma grande doença. Não, não. O coração está bem (eu acho) medicando e repousando, vou levando. A doença a qual me refiro é a " cronitite". Está bem, acabei de inventar esse nome. Mas, o que me deixa confortável é que talvez eu não seja o único a sofrer deste mal. Explicarei melhor.
Estou tranquilo vendo um filme infantil, desses que passam na tv há cinquenta anos e, do nada, ouço uma frase. Às vezes, apenas 4 palavrinhas, senão três e pronto, a "cronitite" me ataca. Saio urgentemente a procura de uma folha, lápis, papel de pão, giz de cera da escola dos meninos, uma pena que pombo que sempre cai na varanda. Tudo serve para anotar a frase que acabei de ouvir. Por que o desespero? Simples, a minha "cronitite" só vai passar quando eu vomitar da minha cabeça as ideias que aquela bendita frase pariu em minha mente.
Mas, não é apenas com filmes. Dia desse, estava dando aula sobre a Inconfidência Mineira e me peguei pensando sobre o carrasco de Joaquim Xavier. A "cronitite" apertou na hora. A procura do carrasco, o que eu acho? O quadro de Tiradentes Esquartejado do pintor, meu conterrâneo, Pedro Américo, tentei fugir, mas... A "cronitite" apertou de novo. Pari dois texto quase que imediatamente. Gestações curtíssimas, essa é outra característica da tal doença. Ela não espera. E se demorar? Rapaz... Ela gera uma ansiedade, uma suadeira nas mãos, tiques nervosos surgem. É horrível. Para não perder a ideia você sai mendigando um papiro qualquer onde possa registra o pensamento.
Não desejo a ninguém essa doença crônica e aguda. Mas, recomendo veementemente, que caso ela ataque, não se desespere, tenha pelo menos um celular à mão onde possa digitar suas ideias. E se o celular descarregar? Ai amigo, lamento, mas é um problema teu! Não me acuse de falta de empatia, mas é que mesmo enquanto escrevo a "cronitite" me ataca, acho que este texto não será filho único sobre este tema, sinto que vem gêmeos.
Aiiiiii que doooooor!!!!!!