Um negro da cor da liberdade
Genésio Rodrigues Portela.
Negro de cor Brasil, de cor história, de cor liberdade. Tem até nome de escola de samba, mas a sua vida nem sempre teve um bom enredo. No compasso da ginga pela vida, desfilou em passos curtos no barracão do existir rodeado de alegorias e enfeites que vislumbravam a avenida apoteótica da sua própria existência. Tinha no andar, os passos de um Mestre sala e caminhava batendo no corpo, fazendo com as mãos a famosa paradinha para se distrair. A cadência dos seus sonhos, imitava um passista em rodopios de farto riso sempre acreditando que a maior alegoria da vida, estava no seu jeito bamba de andar e ter sob sua cabeça, um chapéu branco com uma fita azul, representando(segundo ele) o manto da sua escola preferida.
La vai ele, caminhando pelas ruas envolto nas suas maiores ilusões de felicidade, assoviando o enredo do ultimo carnaval, ouvindo através de um fone de ouvido que acabara de ganhar.
Não ouviu a sirene, a garoa o surpreendeu ele avançou os passos e correu buscando uma proteção já que a chuva veio repentinamente.
Não deu tem tempo de saber o porque, uma bala assassina rasgava a noite envolta nos pingos que caia, acertando a cabeça de Genésio que não teve tempo nem de saber por que estava morrendo.
Agonizou e solitariamente sem que ninguém lhe prestasse socorro (Nem mesmo as algozes feras noturnas que o derrubara) findava sua vida, ao som do samba enredo da portela.
Carlos Silva