Hoje Cedo Vi o Pai
Hoje cedo vi Deus, meu Pai Eterno, conforme O concebo. Estava maravilhosamente vestido de vermelho na figura de um Flamboyant. Não havia como não vê-lo, percebê-lo, senti-lo... Por onde quer que eu andasse, independentemente do caminho que eu seguia, ele estava sempre lá convidando-me à meditação e contemplação.
Olhei para Ele maravilhado. Senti o perfume de Suas flores, o frescor de Sua sombra, a beleza de Sua presença, a fantástica simplicidade do Seu ser... Parei, toquei um pouquinho Nele com todo o carinho do mundo, deixando envolver-me pela abundância de paz que Ele me transmitia. Percebi que meus irmãos insetos ali presentes sentiam a mesma coisa, agindo como eu numa gostosa e completa entrega ao carinho do Pai Onipotente, ali presente na figura daquela majestosa Árvore...
Segui meu caminho, mas a imagem da Presença ficou gravada em mim pelo resto do dia, da semana, da vida... Fui andando e agradecendo com júbilo no coração e uma alegria infinita na alma, o privilégio de ter visto, sentido, tocado e amado junto com meus irmãos da natureza, o Pai Celeste vestido de Flamboyant vermelho num lindo dia de primavera.
Sorocaba, 08 de Novembro de 1996.