Lição para a Nova Era

Rotineiramente, cubro minha cabeça com uma bandana; com isso, além de deixá-los juntinhos e quentinhos um ao lado do outro, aninho os meus pensamentos.

E em razão de minha mente pensar, logo todos os órgãos, tecidos, células, neurônios e sentidos cumprem os vossos papéis; afinal, a subjetividade da mente acelera ou desacelera o movimento do fluído gerador de vida.

Devido o frio e a chuva, hoje dispensarei o GPS, o celular, os fones de ouvido, a gravata, os óculos escuros e no lugar, pretendo sair de casa com guarda-sol, calça jeans, blusa de mangas longas, máscara tapando narinas e boca, cachecol florido no pescoço e sem meias, sapatos brancos calçando os pés. Bem ao estilo e visual "garagem anos 70", espero que as vestes não estejam cheirando naftalina. Contudo, caso estejam, facilmente adapto minha mente e corpo as alterações e mudanças de tempo. Certo é que toda mudança brusca da noite para o dia, gera desconforto, porém, jamais morrerei por isso; ao contrário, pois quando tenho que escolher uma, entre duas dores, opto por aquela que manterá o respeito por mim, mesmo; bem como me fará mais humano e melhor, amanhã. Acredite se quiser...

Ah, voltando aos objetos que estarão presentes no meu hoje, também levarei o inesquecível leque e a amarrotada galocha de material impermeável. Estão guardadas, bem guardadas, mas hoje essas peças saberão, como sempre souberam, para quê as quero e as tenho.

Com as altas temperaturas em pleno inverno, faz tempo, faz muitos anos que não abano, refrigero, dou um ar fresco para minha cara; e relembrando décadas idas, hoje será esse dia.

Em verdade vos afirmo que dias como hoje, Eu curto demais. Adoro; deleito-me. E os motivos não faltam para tanto amar às mudanças repentinas; pois quando a benfazeja, a generosa Natureza age, muita coisa boa acontece. E em dias como hoje, difícil é ver pernilongos, baratas, ratos, serpentes, camaleões e ladrões fazendo verão nas avenidas, "dando bandeira" em pradarias, campos, praias e shoppings. Ao contrário, somem do mapa, tafuiam as caras em ambientes lúgubres e escuros.

O grego Heráclito disse que "não se entra no mesmo rio, duas vezes". Ora, o mesmo se aplica ao nosso cotidiano, afinal, os nossos dias podem parecer iguais ao dia anterior, contudo com alguma alteração. Pode ser ínfimo, quase invisível, mas quando analisado minuciosamente, veremos que em relação ao passado, o presente foi alterado. Taí o porquê não se entra no mesmo rio, não se experiência a mesma coisa, duas vezes.

Incluindo o cheiro de naftalina e o leque, o princípio descrito acima aplica-se, é o número exato das vestes que usarei hoje. E se tudo posso naquilo que me fortalece, por mais chuva, ventos e frio. Obviamente, que os pingos de chuva que cairão, o frescor dos ventos e o frio de amanhã, não serão os mesmos pingos e a mesma temperatura que inspiraram-me ao reconhecimento de que amanhã, Eu não serei o mesmo de hoje. Metaforicamente, sou rio borbulhante que flui circundando pedras.

Aliás, não só Eu, mas ainda que o conteúdo seja o mesmo, está crônica jamais será a mesma em sua totalidade; pois os pensamentos vêm e vão; todavia, espero que nada em vão.

Prevendo que nada é em vão, se és feliz (deve-se saber o que é felicidade em totalidade) não seja egoísta e divida sua felicidade com mais alguém, pois a saber, embora com o sintoma sorriso estampado na cara, têm muita gente acometido pela doença "amarguras no coração".

Dividir a benção: eis a lição maior a ser aplicada na Nova Era. Todavia, atente-se que a Nova Era, é agora. Assim posto, a felicidade a ser expressada amanhã, não será a mesma felicidade expressada hoje. Então, mesmo que seja seu inimigo, apresse-se em fazer alguém feliz; pois dividir a benção alcançada, é virtude dos evoluídos abençoados.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 28/09/2022
Reeditado em 28/09/2022
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