A igreja de “Satanaro” e os profetas satanarianos

Antes de analisar os líderes religiosos, servos de Satanaro, e a igreja do falso Messias, eu preciso fazer um apontamento realístico e necessário: antes mesmo da ascensão de Jair Bolsonaro e do chamado “bolsonarismo”, parte substancial da igreja evangélica, em especial as chamadas pentecostais, como inúmeros ministérios das Assembleias de Deus e as denominações neopentecostais, tais como IURD, Mundial, Igreja da Graça, Plenitude do Trono de Deus e centenas de outras, já viviam na politicagem, apoiando candidatos de distinto viés ideológico no Brasil todo, como também, os ex-presidentes da República, assim como se beneficiavam das benesses dos políticos, como concessão de rádios, empresas de TV, passaporte diplomático, isenção de impostos e ganho de muito dinheiro, além, é claro, de empregos como funcionários fantasmas e cargos de confiança, tanto em prefeituras, como nos Estados e na União. Bolsonaro só acentuou, vertiginosamente, a politicagem há décadas praticada no seio dessas instituições, além de ter arrastado igrejas que se gabavam de uma suposta neutralidade e imparcialidade política, como a Batista (tradicional) e as igrejas históricas, como a Presbiteriana.

Dito isto, para ser justo e honesto, passo a analisar a igreja de Satanaro e seus líderes.

Os líderes da igreja de Satanaro, ou se preferir do Bolsofera, são aqueles que fazem cultos, procissões, missas e grandes eventos, como a “Marcha pra Jesus”, com fins políticos-eleitoreiros, com direito a “sinal de arminha” no culto e discursos inflamados para exaltar seu deus-mito. Ademais, até o batismo do falso Messias no Rio Jordão, em Israel, feito pelo pastor, atualmente presidiário, Everaldo, ouviu-se gritos de “mito, mito, mito”, blasfemando o sacramento do batismo cristão.

Pastores de Satanaro estão ameaçando os crentes de exclusão do rol de membros da igreja, caso não votem no mito. Outros líderes estão proibindo a santa ceia (eucaristia) para quem votar em candidatos da “esquerda”, além da ameaça do fogo do inferno para os irmãos “esquerdistas”. Algumas instituições religiosas satanarianas, criaram uma espécie de ‘Tribunal do Santo Ofício” para averiguar a conduta de pastores e ovelhas, não adeptas ao bolsonarismo, ou seja, para esses líderes, Deus e Jesus são de Direita e isso é pregado em milhares de sermões de maneira explícita nos púlpitos das igrejas do Bolsofera. Inclusive, há dezenas de vídeos disponíveis com tais conteúdos nas redes sociais.

Por conta de discursos extremistas proferidos por pastores satanarianos contra a “esquerda” e o suposto comunismo que querem implantar no Brasil, além da exaltação do falso Messias Satanaro, fez com que um membro fosse baleado dentro da Igreja Congregação Cristã do Brasil, num culto em Goiânia, por um policial bolsonarista.

Na igreja de Satanaro esqueceram que Jesus ordenou que amássemos uns aos outros. Atualmente, só “amam” quem pensa igual e aqueles que corroboram o discurso do Mito. Se você pensa diferente ou critica as ações bolsonaristas e a postura do presidente é visto como comunista e desviado.

Na igreja do Bolsofera prevalece a máxima do “bandido bom é bandido morto”, sem a menor misericórdia, mesmo tendo consciência que Cristo, nos Evangelhos, perdoou um criminoso e lhe prometeu o paraíso. Parece que esqueceram, também, que a igreja tem um lindo histórico de assistência aos presidiários e evangelização dos malfeitores.

Líderes religiosos a serviço de Satanaro, estão pregando o armamento dos fiéis, justificando as falas de Bolsonaro sobre o uso indiscriminado de armas de fogo pela população. Estão inventando que Jesus é a favor do belicismo e que se o mesmo vivesse hoje andaria armado ou estaria munido numa guerra. Esqueceram que Jesus é o Príncipe da Paz e condena todo o tipo de violência.

Mas, na igreja blasfema satanariana, o pastor fez rifa de uma espingarda calibre 12, no Espírito Santo. Ungiram com óleo ungindo armamentos de grosso calibre num culto em meio a orações e gritos de aleluia. Pastores e instituições que outrora condenavam o armamento populacional, como o próprio profeta de Satanaro, Silas Malafaia, e os líderes presbiterianos, agora, defendem inescrupulosamente o que há pouco tempo condenavam com veemência.

Os profetas de Satanaro promovem discurso de ódio e violência em suas homilias. Mentem, caluniam, difamam pessoas e políticos de viés ideológico distinto do falso Messias. Amedrontam e ameaçam os fiéis, a ponto de Edir Macedo, dono da IURD, escrever uma carta dizendo o porquê que um cristão não pode ser de “esquerda”. Ele só esqueceu que ele mesmo ficou por 14 anos apoiando os governos petistas e que seu sobrinho e bispo Marcelo Crivella foi ministro da Pesca do governo Dilma, em 2012.

Não podemos esquecer que há vídeos tanto de pastores, como de padres bolsonaristas, profetas de Satanaro, mentindo sobre as vacinas, divulgando mensagens falsas, dizendo que vacinas continham o vírus HIV e provocavam câncer. Um padre teve a desfaçatez de dizer que os imunizantes eram feitos de fetos abortados. São os porta-vozes da política genocida do falso Messias.

A igreja satanariana se orgulha de ser homofóbica, de reproduzir estereótipos e preconceitos contra minorias e mulheres. Os templos deixaram de ser hospitais e locais de afago e acolhimento: tornaram-se lugares de exclusão, daqueles que se julgam com pedigree religioso, os fariseus dos períodos bíblicos, chamados hoje de cidadãos de bem.

Uma das situações mais tristes e vexaminosas da igreja do Satanaro e seus líderes inescrupulosos, é a promoção horrenda da idolatria. Sem vergonha, pudor e disfarce, chamam Bolsonaro de Mito, inclusive em cultos e dentro de templos; acreditam, piamente, que Bolsonaro é um “Messias”, o salvador da pátria enviado por Deus para salvar o Brasil.

Nas igrejas Assembleia de Deus, em diversos cultos, como o ocorrido em templos nas cidades de Araruama e Rio Bonito, no Rio de Janeiro, pararam a festividade e os louvores a Deus, colocaram Jair Bolsonaro num telão, ao vivo, falando com a congregação e fazendo politicagem. Esses líderes inescrupulosos esqueceram-se de que Deus não divide a glória Dele com ninguém, além do fato de que ninguém brinca com sua santidade.

Nunca, em nossa história política, se usou tanto o nome de Deus, de maneira tão aviltante e blasfema. Nunca pastores e padres se subjugaram a um político de forma tão idolátrica e fanática. Nunca se manipulou e mentiu tanto em nome de um projeto nefasto de poder.

A Igreja de Satanaro e seus profetas precisam, urgentemente, se converterem a Cristo, se arrependerem de seus maus caminhos e voltarem ao primeiro amor. Eles devem se preocupar em espalhar as boas novas da salvação, abrindo mão da perniciosa e enganosa pregação política. Os cristãos de hoje ficam horas nas redes sociais, diariamente, promovendo o falso Messias, com entusiasmo jamais visto. Nunca falaram de Jesus de maneira tão apaixonada e vigorosa como falam de Bolsonaro. Até de mentira se utilizam para convencer pessoas à causa bolsonarista.

A igreja e seus líderes há muito deixaram de ser sal da terra e luz do mundo; tornaram-se trapos de imundícia. A mensagem que pregam é política, terrena, humana, vil e mesquinha. Não olham mais para o alto e nem contemplam a Cristo, cujo reino não é deste mundo.

Acioli Junior
Enviado por Acioli Junior em 15/09/2022
Reeditado em 17/09/2022
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