Uma crônica de reminiscências.
Noites de estrelas e luas, noites de vagalumes…
Dias de sol, chuva e tanajuras, dias de arco-íris… Emblemáticos arcos-íris!
Sol de verão, de rachar mamona…
Horários de verão a invadirem as noites e no frescor dos ocasos, vizinhos juntavam-se nos passeios, e as prosas… ah, essas nem sequer eram ouvidas…
No inverno, índios e fogueiras e muitas brincadeiras!
Mocinhos, bandidos, soldados, bailinhos de músicas lentas…
Um rio e, na margem oposta, uma mata, cipós, pedreiras e velas… como essas últimas ali chegavam? Quem as acendiam?
A inocência imperava…os mistérios cresciam…
Caboclos d’água, Iara, agouros dos tristes cantos dos anuns…
Lembram dos vagalumes? Os capturados eram colocados num vidro… Eureka! Uma linda lanterna… o pueril artefato destacava-se, numa rua qualquer do passado… bem pouco iluminada… e luziam aqueles pequeninos olhos curiosos e orgulhosos do lume do invento…
Os dias sempre curtos, pois inventava-se e construía-se os próprios brinquedos…
Na escola, sabatinas, reguadas, tabuadas, puxões de orelhas, e a imperdoável vergonha de pedir para ir ao banheiro, o resultado: molhado, castigado e exposto e "cheiroso".
Sem mais, nem menos, tudo foi ficando tão mais ameno, acessível e fácil… e até que aquela lúdica rusticidade, com o tempo, foi fazendo morada nas caixinhas das memórias…
E agora, só restam as tantas e apertadas saudades de ter o dó que não teve o João Jiló… ou de não atirar tanto o pau no gato…