ADEUS, BERÊ
Berê, Berenice,
Tanta peraltice!
Pensa num bichinho alegre, vívido, curioso, feliz. Pense você que foram 13 anos de festa, ela tudo pedia com a cabeça - ou ensaiando um toque de carneiro, ou com um gritinho rouco saído de algum insterstício na face (que é parte da cabeça).
Foi emagrecendo e sumindo.
Parou de rouquear.
Deixou de lado as cabeçadas.
Não se deixou salvar.
Dia desses foi-se a Tica. Hoje foi você.
E eu continuo me culpando. Parece que eu podia algo contra o tempo, parece.
Não sei se tenho culpa ou se apenas tive sorte por você ter-me encontrado.
Não sei de nada, mas hoje é dia de azar.
Não sei se apenas, mas obrigado.
Hoje é dia de azar, mas, atrás, foram 13 anos saborosos.
Você e sua curiosidade, esperteza.
Você, Berê, e seu gritinho rouco que não vem mais me acordar.
Estou velho demais para sofrer por bichos.
E somos novos demais para lidar com o tempo.
Obrigado, minha gatinha!
Porém, hoje é dia de lamento.