Diário de um Estagiário #01
Por incrível que parece, beirando aos 40. Estou a fazer um estágio. De pedagogia. E deste modo, nestes dias, estou dentro de uma sala de aula.
Até aí tudo bem...
Entretanto, estou a ofertar os meus "conhecimentos acadêmicos" a pessoas já adultas. Cito, alfabetização para adultos.
E nesta empreitada, oferecendo ajuda, sou ajudado. Estou atualmente com uma sala que contempla alunos num total de 10 alunos.
A Eva, uma senhora que já é avó. A Vera, uma outra senhora, O Pedro, um Senhor esforçado que trabalha como pedreiro! E também existe por lá o Sebastião. Um Senhor que esta passando por uma adequação do INSS para se reposicionar para o mercado de trabalho. Todavia, ele possui cisticercose.
Em meio a tantas pessoas com tantas dificuldades. Um ato nobre. O aprender. Aprender quando a gente é novo é uma coisa. E quando estamos já de idade avançada como seria?
Do mesmo modo que os alunos estão querendo aprender o B. A. BA eu estou aprendendo o ser professor. E confesso:
Que aprendizado!
Sempre considerei professores seres de outro planeta, e agora sendo um "pelo menos em tempos de estágio" observo que ser professor é bem mais do que ter um canudo e sair lecionar. O lado humano da coisa soa forte. Precisa-se entender o aluno a ponto de se doar por completo. Senão o teti a teti não rola. O aluno precisa aceitar ser ajudado, e o ajudador precisa saber ajudar.
Tudo bem que existe uma metodologia e um passo a passo a seguir. Entretanto se o professor não tiver esta relação de entrega, o horário passará de modo tedioso e triste.
Mas por outro lado, ser professor é como um imã, que atrai a quem gosta. "Gosto, sou professor logo existo!" Seria isto?
Eu sei de todos os intempéries envolvidos da relação: aluno / professor, mas estou estagiando e vamos levando o nosso barco.