Do nascer frágil

Do nascer frágil

A infância da gente é cena de um filme que nunca acaba.

E os meus amores que ainda chegarão?

Nasci sem querer, sem saber por quê.

No meio de tantas impossibilidades, eu como um microscópico espermatozóide, valente e sonhador, lutei ousadamente para nascer.

Nasci não sei para quê.

Sobrevivi as armadilhas da morte depois do meu nascimento.

Nasci e por vezes consegui brilhar, outras fui apenas escuridão.

Nasci com uma força que eu nunca soube que tive.

Sobrevivi as intensas tempestades com um poder que veio do imponderável.

Nasci no meio de tristezas e abandono, no meio de euforia e uma alegria que por vezes não correspondi.

Nasci achava meus pais para brilhar, o brilho passava por mim como um relâmpago, um trovão desajeitado.

Sobrevivi num caminho tortuoso me desviando dos perigos mais insanos.

Distraído nasci.

Distraído vivi, batendo em portas fechadas que se abriam por breves momentos.