UM DIA...

Um dia...

Um dia partirei arribando asas rumo ao terminal da estrada do meu viver.

A coisa de que mais quero deixar, são os borrões grafados em papeis e telas das coisas que escrevi, das cantigas entoadas, do violão em acordes tortos mas que endireitavam o meu caminhar.

Um dia, não mais terei a preocupação de correr pelas noites buscando luzes dos palcos e os aplausos que todo artista gosta de receber.

Um dia serei saudades e num outro dia seguinte, serei apenas a lembrança de um canto, de uma poesia e de uma frase que não mais será dada por mim, mas por outras vozes que enfaticamente dirão: ESSA ERA UMA POESIA DELE.

Um dia, quero ser lembrado pelo pelo que fui, e não por aquilo que gostariam que eu tivesse sido.

Não me fale de luta, pois você não sabe quanto meus pés guerrearam com as apracatas de couro que beijavam esses mesmos pés no estradar do meu sempre ir avante.

Um dia, descansarei o sono dos justos, como hoje fez o meu amigo Miró da Muribeca.

Como já fizeram os meus irmãozinhos: Décio Marques, João Bá, Vidal França, Castrinho (Di Castro), Wolney de Assis e outros tantos alguns que de agora da mente, fogem o lembrar.

Um dia, chegará para cada um de nós, o dia do dia de também ir.

PS. Só para lembrar: SE QUERES DIZER-ME ALGO, AAINDA TÁ EM TEMPO, POIS NO AMANHÃ NÃO ESTAREI AQUI PRA OUVIR. FALE HOJE, OU SE CALE PARA SEMPRE.

Até um dia...

Carlos Silva - Caldas de Cipó BAHIA - BRASIL