O amor, Segundo Raul

Eu dedico esse texto ao primeiro viciado em internet

Que abrir o Recanto, aí do outro lado.

Obrigado

Depois de rodar por volta de 80 km, cheguei em Redenção da Serra, São Paulo, de bike. Até aí, problema meu, ou melhor: sofrimento das minhas pernas, e das duas bandas da minha empoderada bunda.

Paro no restaurante para, literalmente abraçar um rango, quando ouço Raul doideira Seixas nas caixas, cantando MDC.

Aí sim, mora o absurdo. Raulzito num paradeiro desses, o céu vem abaixo; se não bastar, cai envenenado. Quando não, é o efeito pandemia que não passa na minúscula cidade.

Contudo, ninguém ouve, ninguém que saber do Doideira Seixas, afinal, são todos vacinados com muitas doses; e os que estão no restaurante, bem alimentados muitas colheradas de comida. Mesmo porque, para cada doença, existe uma maneira de vacinar-se. Então, nada mais correto que os botecos e restaurantes funcionem como postos de saúde, abertos à vacinação.

Cultura e matemática nem tanto, mas saúde no Brasil, é redenção. Aos ingleses brasileiros, Aí loviu!

Eu dedico essa música à primeira garota

Que está sentada ali na fila. Obrigado

Tu és o grande amor da minha vida

Pois você é minha querida

E por você eu sinto calor

Aquele seu chaveiro escrito love

Ainda hoje me comove

Me causando imensa dor, dor

Eu me lembro

Do dia em que você entrou num bode

Quebrou minha vitrola e minha coleção de Pink Floyd

Eu sei

Que eu não vou ficar aqui sozinho

Pois eu sei que existe um careta

Um careta em meu caminho, ah

Nada me interessa nesse instante

Nem o Flávio Cavalcanti

Que ao teu lado eu curtia na TV, na TV

Nessa sala hoje eu peço arrego

Não tenho paz, nem tenho sossego

Hoje eu vivo somente a sofrer, a sofrer

E até

Até o filme que eu vejo em cartaz

Conta nossa história e por isso

E por isso eu sofro muito mais

Eu sei

Que dia a dia aumenta o meu desejo

E não tem Pepsi-Cola que sacie

A delícia dos teus beijos, ah

Quando eu me declarava você ria

E no auge da minha agonia

Eu citava Shakespeare

Não posso sentir cheiro de lasanha

Me lembro logo das Casas da Banha

Onde íamos nos divertir, divertir

Mas hoje

O meu Sansui-Garrat e Gradiente

Só toca mesmo embalo quente

Prá lembrar do teu calor

Então

Eu vou ter com a moçada lá do Pier

Mas prá eles é careta se alguém

Se alguém fala de amor, ah

Na Faculdade de Agronomia

Numa aula de energia

Bem em frente ao professor

Eu tive um chilique desgraçado

Eu vi você surgindo ao meu lado

No caderno do colega Nestor, Nestor

É por isso

É por isso que de agora em diante

Pelos 5 mil auto-falantes

Eu vou mandar berrar o dia inteiro que você é

O meu máximo denominador comum

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 16/06/2022
Reeditado em 16/06/2022
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