Império da Bunda...
Império da Bunda...
Quando as negras escravas chegaram ao Brasil, enlouqueceram os portugueses "sodomitas" que não tinham satisfação com as índias "desbundadas", enfim, sem bundas...
Cintura fina, bunda redonda e farta é um traço predominante do fenótipo africano que foi muito festejado por estas bandas, à época do Descobrimento.
Turbinada pela sensualidade dos negros, índios e a disseminação de seus hábitos na cultura branca portuguesa, a paixão nacional pelos quadris femininos é explicada por historiadores, antropólogos e intelectuais.
Até a carta de Pero Vaz de Caminha descreve, entre as maravilhas que encontrou ao avistar nosso país, as 'muito formosas' índias, tão gordas e tão belas, com suas 'ancas' largas", lembra a historiadora Mary Del Priore.
Dizem os especialistas (os "antropólogos" de plantão) que as festanças havidas nos tempos da colonização (ops! "exploração") brasileira, originaram (despertaram...) historicamente, o fetiche "anal" dos lusitanos, elegendo já naqueles primórdios, esta parte anatômica feminina como a "preferência nacional!"
Esta parte do corpo humano destinada funcionalmente a conceder conforto fisiológico, sempre esteve cercada de mistérios e tabus...
O nome científico "glúteos" nunca foi bastante apreciado para explicar a grande preferência nacional e uma das (senão a "principal") preocupação estética entre as mulheres... (brasileiras?) (latinas?) (africanas?) (americanas?) (europeias?)... Todas, não é?
Seja lá o nome usado - bumbum, bunda, nádegas, poupança, popô, traseiro etc. - o fato é que muitos brasileiros há tempos não resistem ao charme dessa parte do corpo feminino, que teve lá sua parcela de importância para a cultura popular brasileira. Um dos exemplos mais antigos sobre o fenômeno vem de 1954, quando disseram que a então Miss Brasil Martha Rocha, referência de beleza da época, perdeu o título de Miss Universo para a americana Miriam Stevenson por conta de duas polegadas a mais nos quadris.
Até um tempo atrás a palavra "bunda" não frequentava a roda da high-society, dos empresários, intelectuais, filósofos, ficando por isto confinada aos ambientes próprios onde se praticava a lascívia anal.
No entanto, nádegas era um termo aceitável e até circulava com certa desenvoltura nas esferas doutas, mesmo que à boca pequena e também em peças literárias consideradas demasiadamente "picantes" e, por isto, desaconselháveis para as moçoilas de família.
Hoje o termo "bunda" frequenta até mesmo o jornal nacional em horário nobre, é falado abertamente nas novelas, e aparece escancarada e, desavergonhadamente em diversos textos, desde o cordel à literatura.
Os estrangeiros têm uma imagem de mulheres brasileiras muito relacionada ao Carnaval. Mas os corpos expostos durante o Carnaval são realmente corpos muito esculpidos, perfeitos, curvilíneos. A imagem que os estrangeiros vêem dos brasileiros é um corpo muito exposto, quase nu, principalmente no carnaval
Aproveitando a liberalização do termo, o Marketing, rapidamente se apossou do NOVO mote e embalou a imagem deste idolatrado atributo feminino em "terras tupiniquins", e agora BUNDA vende cerveja, carros, perfumes, lingeries, cremes, roupas, novelas, filmes... tornando-se a peça de Merchandising com o maior apelo visual da história da Propaganda (que o diga Jennifer Lopez -- rsrs).
Guaxupé, 17/06/17.
Milton Furquim
texto do meu amigo reizinho preferido, com alguns adminiculos