Crise na saúde
Após vários anos de pesquisas, o vírus da Aids é isolado nos Estados Unidos e na França e rebatizado como HIV. Sabe-se que a Aids não é uma doença, mas um conjunto de sintomas que compõem um quadro clínico, em que o corpo perde as defesas naturais. Aí aparecem as doenças oportunistas, como pneumonia e outras.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que há mais de 14 milhões de pessoas portadoras do vírus e as previsões para o ano 2000 apontam para mais de 100 milhões de infectados. O Brasil com mais de 10 mil casos identificados, está em 3º lugar, ficando os EUA em primeiro e a África do Sul em segundo.
Ainda não descobriram a cura da Aids em tampouco uma vacina. Além da discriminação, os doentes ainda sofrem com a fata de tratamento. Os planos e seguros de saúde não têm dado a devida assistência, já que os remédios são muito caros. No dia 7 de maio, os telejornais mostraram o protesto dos doentes de Aids e soropositivos, encapuzados do HDT (Hospital de Doenças Tropicais). O movimento intitulado “Rebelião em favor da vida” reivindicava tratamento digno e denunciava as condições precárias do hospital.
O governador Maguito Vilela tenta atender as necessidades do HDT e de outros hospitais, além das difíceis reformas do Hospital Geral e das Clínicas. Como se vê, a saúde pública está em crise, com filas quilométricas e doentes morrendo. Fala-se até num novo imposto para cobrir o rombo da saúde, o que resultará em vão se não acabarem com as fraudes nos serviços médico-hospitalares.
(Texto de minha autoria publicado no Jornal O Popular, Goiânia, Goiás, em 31-05-1996, seção Cartas do Leitor)
Alonso Rodrigues Pimentel
Rio Verde - GO