As mães, que convivi...

 

 

 

Minha mãe, pequena, de quadril estreito, não conseguiu me parir no normal; foi pelo parto normal, sim, mas com muita dificuldade. Nasci pelos pés, retirada a ferro, fórceps. A pinça gigante foi provavelmente apoiada no meu quadril, pra contribuir com a saída do corpo. Diz ela que já no táxi que a levava até o Hospital das Clinicas, em São Paulo/SP, um dos meus pés já começava a aparecer...

 

Pequena mãe, de grande força de vontade, boa educadora e trabalhadora contumaz, elétrica, meio que hiperativa, só parava quando deitava a noite para dormir. Cinco filhos. Cinco gestações complicadas. Cinco nascimentos difíceis. Mas ela venceu! Cinco filhos bem educados que souberam conduzir suas vidas. Nenhum deu coisa ruim. É o que a história de vida de cada um nos conta. Meu pai, sempre muito presente, contribuiu com todo o bom resultado! E só nos deixou quando faleceu, mesmo assim, considero que sempre esteve presente, até hoje, pois dele nos lembramos pelo que foi, pela história de vida que com seus atos contou.

 

Mães, trabalhadoras, educadoras, mulheres de peso, de caráter, colunas fortes das sociedades.

Tantas mães que convivi. Todas dedicadas aos filhos, à família, mulheres guerreiras, exemplos de força, fé e coragem. Mas porque será que o mundo trata as mulheres com tanto desrespeito e crueldade?

 

Outro dia ouvi uns irmãos da igreja dizerem que a desgraça do mundo é culpa das mulheres, que comeram a maça no paraíso e ainda deram pra o homem comer (kkk - há que se rir, mas é mesmo de chorar!)

 

MEU DEUS! Que coisa! Tanto tempo e ainda a mentalidade machista é alimentada com esse tipo de preconceito deturpado. Quanto de empenho e dedicação já fizeram as mulheres, durante todo o tempo que estão aqui na terra, trazendo as pessoas ao mundo? Quanto mais de culpas e pecados ainda deverão pagar, para serem realmente reconhecidas, respeitadas, valorizadas, libertadas de uma escravidão mental que lhes diz que são menores que os homens... Quando?

 

Estou neste mundo há algum tempo. Provavelmente não apenas uma vida, não apenas esta vida que hoje me encontro. Sinto realmente que tem algo mais, diante de tudo o que se me apresenta à mente e coração. Nesta altura mental, consigo ver o quanto as mulheres tem contribuído para a paz mundial. O quanto os filhos tem recebido cuidados, muitas vezes à custa de muito sacrifício trabalhoso, com sangue, suor e lágrimas. Muitos lares abandonados por homens que não quiseram fazer algum sacrifício na própria felicidade, e foram embora, muitas vezes deixando faltar o básico à família que abandonaram, buscando a própria felicidade, muitas das vezes com muito egoísmo.

 

Mas a história de luta e conquista das mulheres deixa o mundo em que vivo muito mais amável e colorido. Mulheres não são perfeitas, não são! São seres em evolução mental e espiritual. Muito ainda têm que aprender e fazer para serem pessoas melhores e mais felizes. Muitas dores mentais e emocionais carregam dentro de si, mas existe uma força maior que as levanta e as ajuda a seguir. Os filhos, com certeza, são uma grande motivação para as mães buscarem ser melhor. Temos que ser exemplos, bons exemplos, exemplos de dedicação, força de vontade, superação, vitórias. Deus tem nos ajudado!

 

Mulheres de fé e de oração, lutando num mundo muitas vezes nocivo, injusto, desigual, violento, cruel, mas que, como formigas, carregando muito mais peso do que aparentemente tem condição, as mulheres vão deixando atrás de si um marco na história da humanidade, que o machismo sempre quis esconder, mas que aos poucos vamos ultrapassando as barreiras e as limitações, e vamos mostrando ao mundo que com boa educação, trabalho, dedicação, perseverança, até as mulheres que, durante muito tempo foram consideradas "o sexo frágil", hoje mostram que muito mais que força bruta, o mundo precisa de força moral, intelectual, espiritual, amor, dedicação, trabalho e respeito.

 

O mundo precisa das mães, portal de entrada às vidas humanas na terra. As pessoas precisam das mulheres, para nascerem. As sociedades precisam das mulheres, das mães, para formarem famílias estruturadas. Homens e mulheres precisam entender que as famílias são responsabilidade de quem as produz, quem traz ao mundo, através dos enlaces carnais, seres pequenos e indefesos, que precisam de cuidado, dedicação, amor, respeito, doação de tempo que requer esforço físico e mental, para se tornarem adultos aptos a seguirem com a missão de vida que todos temos que ter: criar pessoas para nossa própria convivência.

 

O mundo precisa de pessoas melhores, mais amorosas e respeitosas. E isso significa que as pessoas precisam ter mais responsabilidade na hora de se relacionarem sexualmente. Ter filhos com mais consciência, para que a estrutura da criação seja mais adequada ao que queremos deixar neste mundo. Um mundo melhor precisa de seres humanos melhores, mais bem educados, mais corretos, justos, honestos... Bons@! E isso é um trabalho social; um trabalho para todos; um trabalho para cada membro da sociedade!