Amor autoconfiante

Os meus monstros eu os deixo no papel.

Meus fantasmas adormecem na poesia que somente eu leio.

Os meus traumas vão se desfazendo na idade que eu vivo.

AMOR AUTOCONFIANTE “Solidão é lava que cobre tudo, amargura em minha boca.”

(Paulinho da Viola)

AMAR COM A CERTEZA DE QUE SERÁ AMADO, AMAR SEM PROCURAR AS SOBRAS, AMAR QUE ACEITA NÃO SER AMADO.

PEDAÇOS DE MIM, PEDAÇOS DE NÓS

Rejuvenescer a cada manhã é preciso: - Para não nos entregarmos ao desespero, para acreditarmos que a tempestade passará, para desafiar a dor com o nosso melhor sorriso, para olhar para as estrelas e nunca esquecer que sempre haverá luz na escuridão, para se gastar em prol das saudáveis fantasias (lembrando que é somente na realidade que os sonhos se realizam). É somente na realidade que os sonhos se realizam!

Em cada amor encontrado na vida, depositamos um pedaço de nosso ser, e ao juntarmos esses fragmentos é que crescemos, é que desabrochamos para a vida. Cada ato de amor é ato de fecundação, de comunhão, de doação. Nossos pedaços são sementes, são embriões que nos fazem nascer junto a cada poço de paixão, onde vamos buscar a nós mesmos quando nos perdemos de nossa própria vida. Nossos pedaços ficam impregnados em cada esquina, em cada banco de colégio, em cada ruga no nosso rosto. Somos milhões, divididos em milhões de pedaços, e cada vez que nos conhecemos menos sabemos quem nós somos. Nos dividimos para nos reencontrar, para nos traduzir para nós mesmos, e para nos proteger das tempestades em alto mar. Nossos corações estão repletos de pedaços de nossos amigos, de nossas paixões (e até mesmo de nossos amores platônicos), que passam sem tocar a nossa pele, mas tocam o nosso ser, nossa alma carente. Nossos corações estão repletos de cicatrizes, que se tornam solo fértil, onde nascem as flores que nos ensinam que a vida é bela, se nós formos belos. Há um pedaço de cada ser humano em todos nós. Somos da mesma espécie, somos gente, somos irmãos. Precisamos do outro para amar e para sorrir, para desenvolver nosso espírito inquieto. Há um pedaço de mar na nossa boca, onde as gaivotas vão buscar alimento, onde o ser amado se abriga de sua sede, de nossas palavras.

Pedaços de nós ficaram desprezados no passado, estão nos esperando no futuro, e nos dão vida no presente.