Amor aprendiz
AMOR APRENDIZ
“Viver e não ter a vergonha de ser feliz, amar, e amar, e amar, a beleza de ser um eterno aprendiz.”
(Gonzaguinha)
AMOR MADURO QUE SE TRANSFORMA NA CONVIVÊNCIA, AMOR QUE APRENDE DO OUTRO, AMOR QUE SE DESCONSTRÓI.
TORNEI VOCÊ MULHER (EM MIM)
Os desejos da carne são cruéis - são correntes que conduzem a juventude a uma rua sem saída.
UM HOMEM É MUITO POUCO.
‘Um homem torna-se homem, não nasce homem’. Materializa-se na carne de uma mulher - no seu ser íntimo, nas suas dimensões espirituais, na sua atitude de ser humano. Um homem torna-se homem - quando se dá ao direito de contribuir para que uma mulher se torne, sem receio, cada dia mais mulher.
Um homem é muito pouco. Você se tornou mulher nos meus braços. Aflorou a sede do seu espírito para a sua carne, através da minha carne. Bebeu, embriagou-se de mim. Provou dos meus medos - das minhas inseguranças. Inebriou o meu ser dos desejos - loucos, insensatos, proibidos. Tornei você real: Você não existia antes de mim. Caminhava entre sorrisos, amigos, com encontrar-se com o seu corpo. Você ainda adormecia quando te toquei na carne – quando te despertei do teu mundo preto e branco. - Te desvirginei das tuas fantasias descoloridas. Te desvirginei dos teus fantasmas – aqueles que te acordavam a noite e não mostravam a sua face. Te desvirginei do teu medo de sonhar, de soltar a tua imaginação temendo enlouquecer, temendo as dores de ser feliz. Te desvirginei e tu te descobriste virgem para o amanhã, para o medíocre, para o que acorrenta, o que não deixa desabrochar...
Você me tornou homem.
Eu nasci homem quando você se tornou mulher.
AMOR AOS ESTRANGEIROS, XÉNOS
Amar ao que nunca poderá ser entendido.
“Cidade de amor e ventura, que tem mais doçura, que uma ilusão.”
(Noel Rosa)
AMOR POR TODOS NÓS AO MESMO TEMPO, AMOR PELO DESCONHECIDO, AMAR O QUE NUNCA PODERÁ SER COMPREENDIDO.
VÍCIO DE TE QUERER,
Depoimentos...
Enveneno-me em ti, mulher, às vezes amarga, mas sempre reanimadora... Viciei-me em ti. Meu corpo tornou-se dependente da tua carne. O prazer tornou-se veneno na minha carne fresca, quase virgem, desacostumada dos hormônios da vida.
O AMOR É UM VENENO QUE PENETRA PELO CORPO INTEIRO.
Delicadamente, ele rompe a barreira da pele. Contagia a veia. Enfraquece a força da tristeza. Torna-se enorme, surpreendente. Toma conta de todos os espaços vazios. Vira vício! Explode com as incertezas, com o status, com a pose, com a posse. O amor fortifica-se como uma raiz, que lentamente, através de carinho. Vai arraigando-se na terra até transformar-se em gente, em mania, em virtude.
Vício de te querer, pensamentos...
Minhas manias são pontos no teu corpo. Sou maníaco por depositar em ti o meu querer. Tenho necessidade de ti, de te receber impunemente, como cúmplice das minhas fantasias, como cobaia das minhas teorias de querer vivenciar o ato de amar como uma ilimitada extensão do ato de viver, do ato de querer. Necessito amanhecer em ti todos os dias da minha vida.
És cúmplice das minhas tolices, e eu da tua sabedoria! Tenho vício de te querer, de revelar para ti mesma a menina-mulher que és. Tenho mania de provar do teu ser impetuoso, da tua ingênua sagacidade, de experimentar as larvas da tua alma, da nascente inebriante do teu espírito. Sou o cobaia do teu amanhã: Sacrifico a minha vida para viver a tua! Necessito amanhecer em ti todos os dias da minha vida.
És mulher. Eu ainda tenho casulos. Estou em processo da aprendizagem. Preciso me envolver pelos teus sonhos, Me proteger nas tuas asas, me encontrar nos teus desencontros.
Desencontro-me comigo mesmo cada vez que penso que me encontrei! Tenho saudade do cheiro da tua pele, Do gosto de mar do teu corpo, Da tua garra felina – de quem assume ser mulher. Tenho sede da menina que te transformas no meu braço, Do teu cabelo molhado de suor do cansaço de tanto amar. Estou cansado. Possuo um cansaço que reanima.
Cansar-se faz parte do meu vôo solo. Vôo que eu faço unicamente com as tuas asas!