PROMESSA É DÍVIDA.
Esta, me contaram hoje em Nazaré Paulista, interior de Sampa.
Perambulava pelas ruas da cidade um garotinho engraxate, conhecido pelo apelido de Ferrugem.
Ia ele pensando como conseguir algum dinheiro para adquirir uma lata de graxa com que iniciaria seu trabalho HONESTO naquele dia.
Já começava a desanimar-se quando, ao passar pela igreja matriz, cuja porta estava sempre aberta, teve uma ideia que logo pôs em prática:
Entrou no templo, devagarzinho, olhando as imagens; dirigiu-se ao Altar-Mor, ajoelhou-se e pediu à santa Nossa Senhora de Nazaré a sua ajuda, prometendo que tão logo conseguisse dinheiro para iniciar seu trabalho voltaria para junto da santa milagrosa, em cujo altar acenderia umas velas, em sinal de agradecimento.
Um Guarda Civil, que ali se encontrava, teve pena de Ferrugem e atirou aos pés do altar, sem ser percebido, algumas notas de dois reais; Ferrugem apanhou o dinheiro e agradeceu a dádiva que considerou um milagre.
Correu para a rua com a caixa às costas, comprou a graxa e logo começou a trabalhar, conseguindo em pouco tempo ganhar mais de quarenta reais.
Sentindo fome, entrou numa padaria e comeu uns doces muito gostosos; ao sair, ouviu de alguém a seguinte frase:
"Ferrugem, onde estão as velas que você prometeu a Nossa Senhora de Nazaré?"
Olhando para trás Ferrugem viu um Guarda Civil, o mesmo que estava na porta da igreja pela manhã; saiu correndo em direção ao templo e ali, ajoelhando-se aos pés do altar, disse choramingando:
"Nossa Senhora, não precisava desconfiar de minha palavra mandando a polícia atrás de mim; aqui estão as velas"
Pedro Troche Gonzalez