Um sonho e um sonhador

Eu que ja vivi no meu estradar um longo tempo sendo emissor das cantigas, emissário da palavra cantada em harmoniosos acordes que tilintaram aos manejos dos dedos que extraiam um lindo som de um inseparável e sempre bem afinado violão que semeava ao vento um sentimento de vida chegando aos ouvidos e tocando fundo as emoções de corações ávidos a ouvir mensagens cantadas que tocaram tantas almas.

Dele eu sempre fiz, por tempos seguidos, um ato sublime como se fosse uma abençoada prece costumeira numa romaria onde muitos Josés, acompanhavam o ritual cantante de um intitulado cantador.

Mas tudo na vida tem o seu valor efêmero, onde as vistas encurtam, os olhos mareiam, os passos diminuem seu prosseguir numa redução de avanços e vemos então, que até a poesia ao invés de acelerar puxa o seu próprio freio de mão, em busca de um acostamento.

Outros irão passar, e encontrarão os mesmos caminhos por tantos outros pés percorridos. Pois o seguir faz parte do sonho na.luda real do viver.

Contudo, o sonho também necessita que perceptivamente ele também carece dormir, em busca de um repouso que aconchegue o seu enfado para que não se torne em pesadelos os seus dias do porvir.

Caminhemos, (mesmo que não mais a passos largos) mas sem nunca deixar que os sonhos adormeçam para sempre, ou simplesmente morram de uma vez.

Outrossim, os sonhos podem até morrer, mas não permitam que o matem pelas tuas costas pois sempre haverá no mundo UM SONHO E UM SONHADOR.

Carlos Silva.