Livramento
Um dia a gente se cansa destas almas murchas, que fingem se vestir de um corpo.
A gente aprende a ignorar estas almas vazias de sentimentos.
São como poços secos.
Ou que no máximo contém água salobra.
A gente aprende a não ter que arrastar gente amarga, acreditando que um dia serão adoçadas.
Um dia a gente aprende que amor só é possível quando se amar é mais importante do que amar esses mortos que se acreditam vivos.
E quando isso acontece, a gente descobre muitas vidas esperando para serem amadas.
A gente descobre que voar é mais fácil quando nos livramos dos pesos de pessoas desnecessárias.
E então a gente vive como se nunca tivesse vivido antes.
Com o próprio corpo repleto de vida.
Sandro R C Costa