Fantasmas
Existem fantasmas andando pela mente arrastando correntes pesadas. O que é mais assombroso do que as boas memórias de alguém que não existe mais? Se existe remédio, diga-me, pois o sentimento é frio, é cruel. Com os olhos vidrados me pergunto tantas vezes como chegamos neste final. Mas os zumbidos me atormentam e nas lembranças, teu riso torto ou danças aleatórias do teu eu antigo assombram-me.
Pergunto várias vezes. O silêncio torna-se minha única resposta.
Estou enlouquecendo. Definhando de maneira depressiva. A alma foi vendida a ti e agora pago o preço. Não sei mais se houve verdade onde talvez não houvesse.
Escute-me pensamentos, estou enlouquecendo, pois te vejo distorcido agora. E onde há amor, pois este não morre, agora também há dor. Agora existe um frio na espinha quando teu fantasma espalha-se em minha memória. Há dor quando lembro teu nome. Sinto as partes do meu corpo estremecerem uma a uma pois você assusta a mim. E não te ter, machuca. Minha antiga calma foi devorada pelo desespero da tua partida.
Devaste-me memórias, em formato de fantasmas.