GERAÇÃO JIMI HENDRIX

Peço vênia para não levar em conta estatísticas ou mesmo a ciência biológica, baseando-me apenas em conhecimentos empíricos e constatações. Sim, houve muita evolução tecnológica, medicinal e farmacológica nas últimas décadas, o que mais acentua a questão que abordo. Vamos colocar assim, então: apesar de tantos avanços e assistência, é impressionante como, sobretudo homens, morrem cedo, na faixa dos 60 ou 70 e poucos anos. Vejam bem, uma pessoa de oitenta e alguns anos ainda é relativamente jovem ao compararmos com nossos pais ou avós. Conheço gente perto dos cem anos de idade que vive mais ativamente que nossos antepassados aos sessenta. Não é naturalmente a regra, são exceções. Dom Pedro II faleceu aos 66 anos, em Paris, no dia 05 de dezembro de 1891. Não dá para afirmar que teve morte precoce. Mais recentemente, Winston Churchill faleceu aos 90 anos de idade (1965). É a sina de cada um. Voltando à vaca fria, com a chamada um tanto exacerbada do título desta crônica, o que pretendo ponderar é que muitos conhecidos e amigos partiram cedo demais, em plena modernidade. Para o meu gosto pessoal, um número elevado. Sim, a medicina evoluiu, mas não tanto, esta pandemia está aí para confirmar. Quando não morrem, alguns ficam seriamente debilitados, o que revolta. Eu, que já perdi dois irmãos mais jovens, inesperadamente, fico a cogitar se progredimos tanto assim. Creio que citei o Jimi, no título, para chamar atenção de tantas mortes absurdas, que não são de acidentes, mas, talvez, de um viver mais estressante, intenso, vibrante, ao contrário dos Maiores - no desfrute da natureza e sem os apelos atordoantes dos novos tempos. Mas mesmo isto não contempla vários casos. O que eu pretendo, enfim, expressar, correta ou erroneamente, é que hoje a vida teria de ser mais longa e sadia. Creio que não é tão mais longa e, quanto a ser mais sadia, depende muito do conceito que se tem de bem viver - com paixão e liberdade.