Bom dia seu Alfredo.

Eu faço um programa na emissora aqui de nossa cidade, sou o senhor Brandão, estou colhendo testemunho de casos verídicos já acontecido, meu programa relata depoimentos de pessoas que se salvaram da morte em qualquer situação.

- Sim!... eu ouço todas as manhãs, sou um grande ouvinte das músicas caipiras, me faz recordar bom tempos que vivi nas fazendas.

Tenho uma grande história para te contar, mas porem não quero que esse meu depoimento sirva de testemunho para nenhum religioso, caso não for para essa finalidade vou te presentear com uma bela história acontecida comigo.

- Serei todo ouvido, disse senhor Brandão ansioso por esse relato.

- Peço que o senhor me aguarde, preciso fazer um cigarro de palha, vou buscar meu canivete e meu pedaço de fumo de corda, enquanto faço meu cigarro o senhor pode ficar a vontade, logo volto... caso o senhor não fazer vista pra minha simplicidade, o senhor está servido, aí está uma garrafa de café quentinho... se acomode aí nessa cadeira de área, vamos prosear. Senhor Alfredo, expressando com toda hospitalidade interiorana.

Senhor Brandão para ilustrar e orientar as finalidades, vai dizendo de alguns exemplos de testemunhos que foram noticias em seu programa.

- O senhor deve se lembrar daquela senhora que embarcaria naquele ônibus, mas perdeu o horário por poucos minutos de atraso, esse ônibus sofreu um acidente, todos passageiros foram mortos, mas dona Rita que ocuparia a poltrona dezessete se salvou por ter atrasado no horário, nesse momento poderia ela estar entre as dezenoves falecidos, agora está prestando orações em agradecimentos.

Tem aquele fato acontecido da menina de três anos que sobreviveu no acidente automobilístico, a inocente ficou presa nas ferragens sem nenhuma gravidade, enquanto os ocupantes do banco do carona e passageiros ali do lado dela morreram esmagados.

Seu Alfredo enquanto soltava suas baforadas de seu cigarro artesanal também botou molho nessa prosa.

- Eu também me escapei por pouco de uma tragédia.

Assim começou a narrativa do senhorzinho ... até que não muito idoso, só cinquenta e oito anos.

-Sempre gozei de uma boa saúde, raras vezes vou ao médico, mas naquele mês de junho surgiu algumas dores na minha perna esquerda, fui buscar recurso em um posto de saúde, marquei a consulta que ficou confirmada para daí uns dezoitos dias, treze era meu número na fila, para pegar o lugar deveria estar lá bem na madrugada, os pacientes ficavam em ordem numérica debaixo da marquise do prédio, todos expostos na calçada da rua.

Naquela noite que antecedia a consulta, levantei bem de madrugadinha, fiz meu café, depois de me alimentar com um pedaço de bolo de fubá que minha Pretinha fez só para essa finalidade, peguei minha carteira de documentos, Pretinha ainda estava dormindo, não quis acorda-la, antes de pisar na rua, prestei minhas orações às minhas divindades, enquanto minhas dores me incomodava, mesmo assim pisava com firmeza, direcionei meus passos à uns quase quatros mil metros até chegar e tomar meu lugar na fila.

- Você morava na mesma rua do posto de saúde? perguntou senhor Brandão.

- de casa conseguia avistar o telhado desse prédio de atendimento público onde muitas pessoas que buscavam atendimento médico localizava aquele endereço.

- Apesar de ser do governo sempre bons médicos atendiam ali. disse Brandão concordando com senhor Alfredo.

 

Eu descia a rua que eu morava, também a mesma que me levava até a esse local de minha consulta, essas vias públicas estavam quase desertas, mas porem alguns cães soltos pelas ruas, isso as vezes me preocupava pois entre eles havia um cão de raça  grande, parecia a figura de um lobo feroz era de grande porte, mesmo com muita cautela, tentando desviar do rumo desse animal ele quis me atacar, essa fera bloqueou meu caminho, rosnava de olhares ameaçadores de dentes pontiagudos, eu parei, fiquei sem ação, seguir em frente seria um sacrilégio, minha perna direita em dores, sofria por uma inflamação.

A cada passo que avançava esse animal se tornava mais agressivo, se eu retornasse e desse a volta no quarteirão seria muito sacrificado, a minha perna doía, me impedia de andar, era madrugada, não tinha a quem eu pedir ajuda, as ruas estavam em silêncio, precisava estar nesse determinado lugar em hora marcada, naquela madrugada, me agendaria para uma consulta que se daria mais ou menos umas nove e meia dessa manhã, isso aconteceu há pouco tempo, fiquei muito furioso, esse cachorro me atrasou quase trinta minutos me fez eu perder a consulta que ficou remarcado por contato telefônico, foi adiada para mais cinco dias posterior a essa data.

- Senhor Alfredo voltou para casa, logo após?... Perguntou brandão enquanto a fumaça do cigarro de seu Alfredo deitava pelo vento.

- Voltei para casa sim... muito frustrado por ter perdido minha vez de consultar, continuei a comer o bolo, agora com leite e achocolatado, preparado com todo carinho pela minha esposinha... já que àquela hora não tive todo esse tempo.

Liguei a televisão no noticiário da manhã, Pretinha já havia levantado há uns dezoitos minutos.

Der repente fiquei abalado, gritei Pretinha para que ela corresse até a sala e olhasse a televisão, uma notícia urgente, um ônibus desgovernado subiu na calçada e atropelou quinze pessoas em uma fila de um posto de saúde, pacientes que consultaria o médico, muitos ficaram gravemente feridos, quando ouvi o nome dos mortos fique aterrorizado, eram o antecessor e posterior ao meu número na fila, seu Geraldinho e dona Gasparini, morreram esmagados pelos pneus desse veículo de passageiros bem no lugar em que eu estaria nessa fila.

- Pronto senhor Brandão, aí está o meu material, se é que sirva para conteúdo de seu programa, publique o.

 

- Obrigado senhor Alfredo... um belo material. Imprecionante como o senhor teve sorte aquela hora, aquele cachorro te salvou, trancou a rua e não deixou você senguir em frente. disse seu Brandão admirado com esse desfexo final.

Dona Pretinha da cozinha escutando toda a história contada pelo seu esposo senhor Alfredo a senhor Brandão interfiriu na conversa e disse:

- Eu posso explicar toda essa história, tenho uma visão espiritual de tudo isso, a dor que apareceu na perna esquerda de Alfredo; meu esposo era uma entidade do mau, eu conheço muito bem esses problemas do mau e o cachorro estava configurado em uma entidade do bem, vejo que que meu velho tem uma proteção espiritual muito forte, nada de mau acontece com meu velho, tem proteção, hoje ele está aí, sam e salvo e mais, a dor na perna passou, está curado. Bom dia!!!

antherport/23/11/21