Sobre crônicas, cotidianos e nossas pequenimensas vitórias

Li uma crônica ontem e me deu vontade de escrever algo. Não escrevi porque fui ver meu time jogar. O futebol, rss... assunto mais importante entre os assuntos desimportantes.

Deixa te falar uma coisa: cronistas sabem pegar um fato pequeno, do micro cotidiano, e mostrar como aquilo tem relação com situações amplas, que dizem respeito a muito mais gente, entende?

Gosto muito quando a crônica se utiliza de analogias com o futebol ou esportes em geral e falam téte-a-téte com as questões macro! Sim! Jogada ensaiada, entrosamento da equipe, tática bem definida... tudo isso ajuda a ganhar pontos, no trabalho, no rolê, no namoro, em casa, na vida. É mano, vitórias do dia-a-dia! Bora comemorar cada vitória, vamo?

Sabe? O que importa é fazer o jogo certo, correr e lutar. Nem sempre vencer importa. Mas dar o seu melhor pro time… o time entregar o que tem de mais foda… isso é que vale ponto.

E se liga, não tô falando de redimensionar as pequenas vitórias da correria. Tô falando sobre entender que cada conquista pessoal ou coletiva em si, é única e potente. Não é sobre como a sua vitória é vista, aplaudida ou precificada pelos outros. É sobre como sua conquista tem tamanho, valor ou significado para você. Lá dentro. Só pra você, fechô? Comemore pequenimensas vitórias como se tivesse ganhado uma Libertadores, a Copa ou o ouro olímpico, minha amiga, meu amigo, junta seu time e vibra muito!!!

Então, eu já vi gente sorrindo quando o seu time perdeu, mas jogou pra caralho. Eu vi gente esnobando vitória roubada, sem suor. Tem uma galera aí que surfa na meritocracia sem saber onde o pé pisa. De cá, vale muito a satisfação daquele golzinho chorado, manja? Mas que fica na memória. Tipo Roger Millá, de Camarões, explodindo de alegria em 90? Ou Sócrates e Falcão no Sarriá em 82? Eu sou do coletivo, sou da comemoração em grupo, da risada misturada com o susto. Prefiro jogar bonito. Perder ou ganhar é detalhe. Tal o futebol, acordar e sair cedo é encarar sua própria estratégia, botar a energia no jogo e insistir no que se quer, se sonha, se luta.

Cada vitória é fôlego pra seguir correndo. Essa vida besta da gente (eu falo por mim, só por mim) é maratona comprida, longa, com subida e descida, chão esburacado. A resistência nóis têm de sobra. A vida não é cobrança de pênalti, nem 100 metros rasos. É soma de ponto a ponto, sol a sol, lua a lua. "E lá se vai, mais um diaaaa!"

Nov/21

Cleyton Borges (Crônicas no Rascunho)
Enviado por Cleyton Borges (Crônicas no Rascunho) em 18/11/2021
Reeditado em 18/11/2021
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