O país que desejo
Eu desejo um país que cresça sob a luz constante de um desafio que evoca a esperança: a conciliação efetiva entre a sustentabilidade e o desenvolvimento econômico. É nítido que diversas alternativas vêm sendo aplicadas no âmbito corporativo, como os discursos verdes transparentes e o engajamento empresarial em implementar um modelo circular de economia, em razão da conscientização de muitos consumidores, que expressam suas preocupações com o futuro.
Mas sobretudo, eu desejo um país no qual a população seja crítica o suficiente para que não tropece nas armadilhas de manipulação da opinião pública, uma vez que com o advento da globalização e da massificação de informações, criou-se um cenário propício para a disseminação de fake news. Nesse contexto, pode-se pensar no efeito negativo das mídias, que ao utilizarem recursos comportamentais, erguem verdadeiras propagandas que somente imitam uma conscientização ecológica, induzindo os consumidores a adquirir um produto que não se sustenta do ponto de vista ambiental nem da perspectiva ética e legal.
Qual seria a cura para um mundo marcado pela agressividade capitalista que adoece nossos recursos energéticos e naturais? Certamente, a solução engloba uma intervenção a longo prazo, que preserve a economia e os fatores advindos da garantia de uma justiça social, tão importante nos índices de desenvolvimento humano de uma nação, além de exigir mobilizações encadeadas nos setores produtivos, porém, com um viés social que esteja em consonância com os valores de um país progressista nos diversos âmbitos.
Portanto, torna-se imprescindível a corrida contra a manada, tanto no debate acerca da sustentabilidade, quanto no círculo social que envolve questões mais amplas, pois conforme afirmou o pensador francês Victor Hugo, “é triste pensar que a natureza fala, mas que o gênero humano não a ouve”. Ou seja, é igualmente desolador pensar que o mundo no qual vivemos exige a fala no tocante ao debate e às trocas de experiência. Entretanto, também demanda a escuta ativa de opiniões, na fuga da limitação que o ato de “ouvir o que se quer”, sugere. Logo, é fundamental a luta contra a manipulação exacerbada do meio ambiente e contra a manipulação dos valores públicos e justos.