... já estou com Saudades!
A pandemia está respirando com muita debilidade, mas ainda está ativa; e Eu já sinto saudades do momento máximo.
Não esqueço dos meses os quais os egrégios doutos discutiam e mostravam em gráfico a curva de aceleração de mortes diária. Impossível não compreender tamanha obviedade.
Futuramente, com fotos e tudo mais, vários dEles constarão nas páginas dos anais de História.
Em tardes taciturnas, sentado sobre o toco mudo de madeira, ouvindo o zunido dos colibris percorrendo a varanda, confabulava com a aragem vespertina, perguntando o que ela achava dos bate-bocas acirrados entre os políticos: um em valorização do trabalho e manutenção da economia e os demais, priorizando a vida, com o famoso jargão "fique em casa". Dias mágicos, àqueles.
Também não esqueci e nada fará com que Eu esqueça da tal quarentena, que resultou em mais de 271 dias de isolamento e distanciamento. Nunca fomos de sair, esbanjar, ostentar; e com a pandemia, tínhamos motivos para ficar recolhidos em casa.
Como mágica, dia após dia, o Decreto impunha o tira máscara, bota máscara; passe álcool gel 70 nas mãos; tome banho ao chegar em casa; mantenha distância mínima de 2m.
Como tudo tende ao vício, acostumei a tal ponto com o decretado, que minhas mãos ressecaram tanto, que descamaram.
Para mim o assunto era tão sério, pois afinal, se tratava de preservação de gente, que adotei o metro como ferramenta imprescindível de bolso.
Era chegar em qualquer lugar, abria o metro e media a distância mínima estabelecida. Vidas brancas, jovens, idosas, negras, gigantes, anãs, pobres, ricas importam para mim.
Ainda tomado por um ataque humanismo exacerbado, não esqueci do Auxílio Emergencial; que iniciou com três parcelas mensais de 600 reais e está terminando com três, de 300 reais. Confesso que o dinheirinho que caiu na minha conta mensalmente foi sagrado; e não menos, suficiente para alguns churrascos - com a cervejinha (tinha que ser Hainekeen) a gente se virava.
Agora com o término do Emergencial e o quilo da picanha à R$ 70 reais, minha família está entristecida. Malditos empresários oportunistas e aproveitadores.
Tenho muito mais a lamentar, recordar e bendizer sobre o que passamos - Eu, a esposa e os filhos - na pandemia, porém, a Deus o futuro pertence.
O problema é após 40 anos, iniciar o que nunca comecei. Aposentar com saúde é impossível, para quem nunca contribiu com o INSS. Estudar, não estudei; então, nem pensar em com curso.
Pedir de porta em porta, até poderia, mas no sistema capitalista, só o Governo mesmo, para nos ajudar?! Bem, não devo reclamar, pois sou cadastrado em tudo que é oferecido.
O negócio é esperar pelo poder divino e acreditar na máxima popular, pois a voz do povo é a voz de Deus, que diz que acaba uma e vem outra em seu lugar. Amém!
Edificando 1 Ateu ou Vagabundo
"A gente só consegue ver no outro qualidades e virtudes que nós mesmos temos". Karl Jung
Fui ao pepsicólogo, que também ostenta o título de devogado, e o santo profissional, disse que Eu precisava, urgentemente, me aprumar, endireitar, me alinhar, consertar minha vida. Reconstruir-me.
Ao que ouvi, concordei, interrogando: "verdade absoluta. Entretanto, em quê tipo de comércio consigo e quais são as ferramentas apropriadas para tal; mas antes, que curso devo fazer para manejá-las? Ou é só apertar botões e chamar o Google que a tarefa chega pronta?".
Fez um baita "O" com os beiços e sumiu de minhas vistas. Aliás, nem quis receber pela consulta.
Dizer o que Eu tenho que fazer, é fácil; difícil é quem diz, experienciar o sugerido para mim, em sua vida.
Ateu ou vagabundo, tudo está escrito e protocolado no sistema libertário humano; enquanto que a democracia estabelecida, admite, requisita a safadeza, a corrupção e a desonestidade.
Por ser direito adquirido, tudo fica impune; e quando pune, pune o religioso alienado destituído de Bíblia, chamada Constituição.