COCA-COLA EM ALTO ESTILO

Possivelmente um pouco antes do meu nascimento, quando lançaram a COCA-COLA no Brasil (surgiu em 1945, no Rio Grande do Sul, já como franquia, mas em 1942, no Rio de Janeiro). Propaganda forte e envolvente. Minha avó, ALDINA GHISONI DE MATOS, convidou as filhas Maria do Carmo e Isabel para apreciarem o novo elixir do prazer, objeto de elogios e comentários de amigos e conhecidos. Era, então, um "barto". Meu avô, José Simões, jamais daria ou deu atenção a tal modernismo, bastava-lhe um vinho do Porto, antes das refeições. Até então, tomava-se por estas bandas o tradicional GUARANÁ. Creio que elas foram à CONFEITARIA ROCCO, assaz badalada, no centro da cidade, na Rua Riachuelo. Grande programa vespertino. Afinal, as novidades tinham de ser experimentadas em alto estilo. Pediram uma Coca para cada uma, com canudinho, provavelmente mais uns docinhos, e lá ficaram a desfrutar das inegáveis excelências líquidas do novo refrigerante. Foi um lance avançado de vida social ativa e moderna. Mas também foi aventura fugaz, ao estilo doméstico da matriarca. Vó Dina - obrigação satisfeita, tanto quanto o efêmero prazer - deu o tom: “Graças a Deus, terminei a minha Coca-Cola, vamos para casa”.