Minha cidade há meio século
Nos anos 60 Salesópolis era um miolo. Não tinha Fartura, Totózinho Cardoso, Jardim Nídia; não tinha Zé Cândio, Carmona, nem muita coisa do que se vê hoje. Atrás da Igreja Matriz só cemitério e a Santa Casa recém construída e poucas casas no barranco ao lado do cemitério. Mais ou menos nessa mesma época foi construído o Posto de Saúde. Na rua ao lado tinha casas e abaixo delas um pasto. Ao lado do Campo de Futebol da SES (Sociedade Esportiva Salesopolense) era, se não me engano os fundos da chácara do Padre Manoel, conhecido na época como o "Morro do Pão Duro" (porque as pessoas viam o futebol dali sem entrar no campo e, consequentemente, pagar ingresso para assistir). O "Morrão" de hoje antigamente era "Altinho" e havia só uma carreira de casas na rua rua 28 de Fevereiro e na Rua da Caixa Dágua. Na rua 15 de Novembro (onde hoje tem os arcos) só havia casas acima do barranco (dos arcos). Na parte de baixo havia uma chácara (se não me engano do Moacir de Campos); pescador de bagres no rio Paraitinga - ele tinha um barco e vários covos no rio onde pescava para vender. Mas ele vivia mesmo era de detonar pedras (profissão que um dos filhos - Osmil - herdou). Havia também (nos fundos de onde é hoje a loja do Sória) um matadouro (me lembro que depois foi propriedade do Cabo Osório) - que foi desativado mais ou menos nessa época com a construção do Matadouro Municipal próximo à ponte do Rio Paraitinga (lado esquerdo da estrada Salesópolis-Santa Branca). Bem mais tarde foi construído o Frigorífico do Targino no lado oposto (a construção ainda está lá até hoje; foi desativado no começo dos anos 80 - trabalhei nele em 1977 na Inspeção Federal de Carne). Tudo isso para dizer que Salesópolis era um miolo mas já tinha muitas famílias vivendo aqui. Uma delas era a minha. Meu pai fez uma clientela para entrega de pães antes do dia amanhecer. Eu e meu pai saíamos às três e meia e antes das sete já tinha que estar tudo entregue. As famílias deixavam uma sacola na varanda da casa e era lá que deixávamos os pães. Meu pai comprava os pães do Joaquim Rosa. Numa dessas eles se desentenderam e ele passou a trazer os pães de Santa Branca. Comprava direto da padaria do Quirinão e os sacos de pães vinham no caminhão que transportava o leite para a Vigor. O motorista da época era o Orlando (da Cata) e era descarregado no Mercadão onde meu pai tinha um box (em frente à porta central. Mais tarde meu pai, que tinha uma clientela fidelizada e garantia uma boa venda, convenceu o Sr. Quirino a vir morar em Salesópolis para fazer concorrência ao Joaquim Rosa. E o que começou como um desentendimento de um lado e concorrência de outra, envolvendo as três famílias, acabou unindo definitivamente essas mesmas famílias. Eu, da família do Dito Cláudio (que trouxe a família Quirino para cá) me casei com a Vera (do Quirinão) e o Adilson (do Quirinão) se casou com a Rosa (do Joaquim Rosa). E foi assim que tudo começou... Hoje já envolveu a família Candelária e outras (até de fora do município; Braga, entre elas...).