Cura da Covid-19 – Receita infalível

Há muitos anos, a Dona Raimundinha, famosa “raizeira” do Mercado Ver-O-Peso em Belém criou e vende uma espécie de unguento feito a base de jambu, ovos de tracajá, pimenta de macaco, mel de abelha arapuá ( favo, mel e abelha juntos) fel de urubu-rei e outros ingredientes.

Depois de batido no liquidificador isso vira uma espécie de pasta que é indicado para cura de hemorroidas. Basta aplicar no local com uma gaze antes de dormir ou então fazer banho de acento com o produto diluído em água quente. O produto custa cem reais o litro, fora o frete, e pode ser encontrado no mercadolivre.

Os ingredientes secretos e as proporções da fórmula são guardados a sete chaves

Esse produto miraculoso recebeu o sugestivo nome de “Unguento Tambacu”, em homenagem a um conhecido peixe da região.

Pois bem, uma médica de origem nipônica, resolveu diluir oito comprimidos de cloroquina e oito de ivermectina em meio litro de água mineral Perrier (tem que ser Perrier, senão não funciona), depois bateu tudo em um liquidificador com 100 ml da tal pasta e coou em um pano branco esterilizado.

Segundo a inventora, esse produto pode ser armazenado por um mês e a pessoa deve tomar uma colher de sopa quatro vezes ao dia.

Ela afirma que é um ótimo tratamento preventivo e que cura até defunto, desde que morto por covid a menos de dois dias. O lema do produto é “Não duvide ele cura até covid”

Até agora ninguém voltou pra reclamar.

O produto milagroso pode ser encontrado em promoção no mercadolivre por apenas dois mil reais com frete incluso em garrafinhas de 250ml.

O problema é que oportunistas estão vendendo, na Feira do Paraguai de Brasília , um similar falsificado ao custo apenas trezentos reais envasados em saquinhos de dim-dim. O produto leva o nome de “Pacu Braziliensis” e o vendedor garante ser mais eficiente que o original. O produto pode ser encontrado na 25 março, por metade do preço. Os feirantes de Brasília alegam que o preço é maior devido a alta demanda e a escassez da principal matéria prima.

A polícia descobriu que na produção do remédio alternativo é usado o tal unguento “reciclado”, ou seja, já foi usado para o propósito inicial; uma análise laboratorial provou que ele só tinha a cloroquina (que é distribuída gratuitamente pelo Exército), sem a ivermectina e com altíssimo teor de coliformes fecais. E o pior de tudo, o tal Pacu foi diluído em água de torneira e coado em um pano de prato.

O jornalista Alexandre Garcia afirmou que se o produto “off label” não tem comprovação que funciona, também não tem que não funciona e fez um alerta:

SÓ COMPREM O ORIGINAL!!!!

Wilson Pereira
Enviado por Wilson Pereira em 01/06/2021
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