PANDEMIA E NOSSO BOLSO

Poucos estão tirando proveito do espectro da pandemia. Não é o meu caso, como milhões de outros tantos. Ainda que temporariamente perdendo, como sou otimista, dá para segurar razoavelmente a onda por mais uns dois anos de distúrbios financeiros. Ou não. Como estamos no Século XXI, não padeceremos tanto quanto nossos antepassados de 1918 a 1920, com a devastadora Gripe Espanhola. Há quase um ano e meio de mortes, infecções e estatísticas, também o bolso da gente vai minguando ao impacto da crise. Melhor sobreviver, certamente, mas faço votos que não surja uma “geração pandemia”, com relação aos pequenos, e que todos, ou grande parte, consigam se “reinventar”, como dizem, e toquem a vida sem contratempos invencíveis. Mas, para os mais velhos, tirante a questão saúde, só uma grande guerra significaria desfecho de vida mais restritivo e desagradável. E nem falo por mim, que, com ou sem pandemia, viveria basicamente no mesmo ritmo, exceto viagens, ora impossibilitadas pelo vírus e pelo dólar a seis pilas. Também ainda curtiria bares e restaurantes vibrantes, festas dançantes animadas e confraternização mais frequente com amigos. Enquanto não dá, eu danço conforme a música, teclando meus textos no PC, ao lado dos cachorrinhos. Não virei jacaré, mas são tempos em que parece surgir uma segunda pele, uma natureza alternativa de máscara, álcool gel, sem toques e com distanciamento. Fazer o quê? Com relação ao bolso, se em dois ou três anos, o panorama econômico não melhorar, troco o vinho pela cachaça. Mas e quem está hoje só na cachaça?