CONGRESSO: DEBATE ACALORADO COM FINAL FELIZ
Deputado 1: Subo hoje neste púlpito para denunciar que um nobre colega desta casa e do meu estado vem utilizado o comércio local de sua cidade para realizar tráfico de substância suspeita. Ele e sua família são proprietários de uma panificadora e importam farinha de trigo do Paraguai e, adivinhem; no meio da farinha de trigo vem também outro pó branco, e os nobres colegas podem imaginar o que seja.
Deputado 2: Questão de ordem, senhor presidente, fui citado e exijo um direito de resposta.
Deputado 1 : Vossa Excelência está se entregando, não citei nem seu nome nem a cidade, portanto, não lhe concedo o aparte.
Presidente: Ainda assim, com a palavra o nobre deputado 2
Deputado 2 :Todos sabem que minha família é proprietária da maior panificadora da região e assim importa trigo juntamente várias outras padarias. Desta forma não temos como controlar a carga compartilhada; porém, corre à boca pequena em toda a região que a responsável pela importação e distribuição do pó suspeito é a famosa Madame Zu, cafetina e proprietária do maior lupanar da região, a famosa casa da luz vermelha.
Deputado 1; Vossa Excelência está se referido à minha santa mãezinha Dona Zulmira? O que o nobre colega chama de lupanar é, na verdade, o abrigo de pobres jovens iludidas e desenganadas por cafajestes como Vossa Excelência.
Deputado 2. Sim são realmente pobres moças que para pagar sua estadia no tal albergue são obrigadas a vender seu corpo e pagar um alto percentual, também chamado de rachadinha, à Dona Zulmira, ou madame Zu.
Deputado 1. Repilo veementemente essa sua assertiva. Vossa Excelência é um crápula, toda cidade sabe disso, e tem mais, saiba Vossa Excelência que na verdade a progenitora de Vossa Excelência a senhora Maria Imaculada que foi casada com o falecido Coronel Manelão, seu pai, na verdade era uma mulher de programa na capital e aquele que o senhor acha que seu pai, na verdade não o é. O Coronel quando conheceu a jovem prostituta, essa já estava prenha de Vossa Excelência.
Deputado 2: Vou processar Vossa Excelência e levar o caso ao Conselho de Ética desta casa, além, evidentemente, de lhe enfiar o trezoitão nas fuças.
Deputado 1. Muito bem, então para facilitar o seu trabalho, trago aqui os testes de DNA que fiz com vários suspeitos de serem seu pai biológico e descobri algo muito importante.
Deputado 2: Vossa Excelência é um canalha; não basta difamar a minha santa mãezinha e agora vem conspurcar a memória de meu falecido pai.
Deputado 1: Passo às mãos de Vossa Excelência e da mesa, para que constem dos anais, os resultados do DNA que comprova que meu pai, Carlão, que era habitué na alcova da bela, formosa e fogosa Michelly (codinome de Dona Maria Imaculada, sua mãe) foi quem a emprenhou de Vossa Excelência. Concluindo, somos meio irmãos, ou seja, filhos do mesmo pai.
Deputado 2: Estou estupefato com tal assertiva, meu nobre deputado. Em assim sendo afirmo veementemente que não só processarei como também irei às vias de fato se algum membro dessa casa proferir a mínima ilação a respeito de honorabilidade de nossas famílias.
O deputado 1 desceu da tribuna, deu um fraternal abraço e um beijo ( de macho, é claro) no meio irmão e ambos saíram do plenário debaixo de ruidoso aplauso do todos.